Artes/cultura
11/03/2020 às 10:00•2 min de leitura
Evidências da existência de uma nova espécie de leão-marsupial do tamanho de um gato doméstico, que se extinguiu cerca de 24 milhões de anos atrás, foram encontradas no interior da Austrália. De acordo com os paleontólogos Anna Gillespie, Michael Archer e Suzanne Hand da Universidade de New South Wales, que publicaram sua descoberta no Journal of Vertebrate Paleontology, essa espécie, chamada Lekaneleo Roskellyae, teria habitado a floresta tropical na Área de Patrimônio Mundial da Austrália em Riversleigh, em Queensland.
Esta nova espécie, chamada de Lekaneleo roskellya, tinha dentes super afiados e capazes de quebrar os ossos de suas presas. "A adaptação evolutiva mais interessante é o pré-molar alongado e nítido do felino, uma característica extraordinária para um mamífero carnívoro", explica Suzanne Hand. "Apesar do tamanho pequeno, esse animal era temido pelos outros habitantes da floresta tropical de Riversleigh", explica Archer, enfatizando a dificuldade em reconstruir os comportamentos dos felinos, dada a ausência de espécies modernas semelhantes.
Os pesquisadores afirmam que Riversleigh é um dos locais mais ricos em fósseis da Austrália, que datam do período de 23 a 15 milhões de anos atrás. “Apesar do nome, os leões-marsupiais não estão diretamente relacionados aos modernos leões africanos ou aos asiáticos ameaçados de extinção. A espécie mais conhecida de leão-marsupial, frequentemente vista em museus, é o Thylacoleo carnifex, o maior mamífero carnívoro que já existiu na Austrália, podendo atingir 160 kg ", concluem os especialistas.
Quando os pesquisadores encontraram o crânio parcial do Lekaneleo roskellya, presumiram que ele fazia parte do gênero Priscileo por causa de seus dentes e do seu tamanho. Mas ao aprofundarem o estudo sobre o fóssil encontrado, os pesquisadores perceberam que a anatomia do crânio do animal era diferente das que eles já haviam encontrado anteriormente em outros animais da espécie.
"Quando descobrimos mais e melhores espécimes em Riversleigh, começamos a perceber que ele não pertencia a esse grupo. Era um novo tipo de marsupial que nunca havia sido visto antes", "era um ramo diferente na árvore genealógica dos leões marsupiais", disseram Archer, Gillespie e Hand à CNN.
Os paleontólogos acreditam que o Lekaneleo vivia em árvores, e se alimentava de criaturas como pássaros, cobras, gambás e até de animais do tamanho de ovelhas. Embora tenham o nome de "leões", os pesquisadores disseram que os animais dessa espécie estão mais ligados aos cangurus e coalas, por serem também mamíferos que dão à luz filhotes subdesenvolvidos que continuam a crescer na bolsa da mãe.