Artes/cultura
10/04/2020 às 12:00•2 min de leitura
Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), do Rio de Janeiro, divulgaram nesta quarta-feira, dia 8, imagens com detalhes do momento exato em que o Sars-CoV-2 invade uma célula humana. Através de fotos de microscopia eletrônica de transmissão, método inédito no Brasil, foi apresentado como ocorre a infecção, realizada em células de linhagem Vero, comumente utilizadas para testes in vitro de replicação viral.
Em algumas imagens, é possível identificar o momento certo em que o coronavírus ataca a membrana celular humana, iniciando a invasão e a "dominação" da célula, forçando a entrada na piscina de organelas. Em outro registro, diversas partículas do Sars-CoV-2 já busca infectar o citoplasma do corpo celular, podendo ser visualizado seu núcleo, local onde o material genético é abrigado. Após o processo de intrusão, em uma terceira foto, já há a revelação de partículas virais dentro do interior das células.
(Fonte: Fiocruz/Divulgação)
Como é possível observar nas imagens, o Sars-CoV-2 é constituído de partículas muito menores do que as células, já que são constituídos de uma cadeia única de material genético. O vírus utiliza uma modificação em sua proteína spike que rapidamente se une à membrana celular do organismo a ser infectado, onde domina as funções celulares e obriga a replicação de seu RNA milhares de vezes, sobrecarregando a célula e podendo levar a sua morte, além de ir contaminando outras células das redondezas.
(Fonte: Fiocruz/Divulgação)
“Seria mais ou menos como se nós comparássemos a célula a um caminhão e o vírus fosse aquela porca ali do pneu, que a gente para para trocar quando fura. É muito pequeno mesmo, muito pequeno. Mas olha o estrago que ele faz”, disse Fernando Motta, do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo da Fiocruz.
(Fonte: Fiocruz/Reprodução)
O estudo, realizado durante observações sobre a replicação do material viral do Sars-CoV-2, revelam os primeiros resultados do ramo realizados por cientistas e pesquisadores brasileiros, sendo conduzido por Débora Barreto e Marcos Alexandre Silva, do Laboratório de Morfologia e Morfogênese Viral, e Fernando Motta, Cristiana Garcia, Milene Miranda e Aline Matos, do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo.
Os estudos sobre o funcionamento do coronavírus e suas práticas infecciosas no organismo humano continuam sendo realizados pelo Fiocruz, que esperam "a grande vitória no final”.