Artes/cultura
16/04/2020 às 08:00•2 min de leitura
Você já ouviu falar no ‘Oumuamua? É um pedaço de rocha estelar que está vagando pelo nosso Sistema Solar, mas não é apenas isso: este fragmento também é uma pedra interestelar que veio de outro sistema planetário e deve ter se formado a partir de um meteoro, asteroide ou pequeno planeta que foi destruído.
Também conhecido no Brasil como “charutão espacial" graças ao seu formato, a rocha cósmica foi descoberta em outubro de 2017. Ela tem as seguinte dimensões aproximadas: 800 metros de comprimento, 80 metros de largura e 80 metros de altura. Este é o primeiro asteroide interestelar a passar pelo Sistema Solar da Terra e acabou gerando inúmeras discussões e teorias.
Quando descoberto, em 2017, o fragmento deixou as pessoas extremamente curiosas para saber de qual Sistema Solar teria vindo, como ele veio parar aqui e como foi feito. Entre as suposições criadas, estava a possibilidade de que ela fosse uma sonda alienígena.
Ainda que absurda, a teoria tem algumas bases científicas vindas da Universidade de Harvard. A ideia foi exposta em um artigo escrito por pesquisadores do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, em 2018. Na pesquisa, questões como a velocidade anormal do da rocha, a baixa emissão térmica e a geometria extremamente incomum que ela tem.
Entretanto, uma nova resposta aparece para mostrar que as conspirações alienígenas mirabolantes podem estar equivocadas, apresentando que o fragmento foi gerado de forma natural.
Yun Zhang, astrofísico do Observatório Cote d’Azur, e um colega fizeram estudos para tentar desvendar como a rocha cósmica ficou com o formato que tem. Segundo os cientistas, algo semelhante ao "Vôo de Ícaro" da mitologia deve ter acontecido com a rocha original: acredita-se que uma das possíveis causas seja que o fragmento passou muito perto de sua estrela-mãe. E quando isso ocorre, ele é esticado e transformado em várias rochas menores, que são longas e achatadas – igualzinho ao ‘Oumuamua.
A pesquisa publicada no Nature Astronomy também desvenda a causa da trajetória anormal do fragmento. Segundo Zhang, a velocidade surpreendente da rocha cósmica é, possivelmente, fruto da evaporação de água presente no asteroide, que acaba criando momentos de alta velocidade no estilo de um foguete.
(Fonte: The Atlantic/ESO/M. Kornmesser)
A verdade final sobre o ‘Oumuamua ainda não foi definida, mas tudo indica que a descoberta de Zhang e seu colega tem fortes possibilidades de ser adotada como a correta.