Nicotina pode ajudar a diminuir o risco de contrair covid-19

23/04/2020 às 06:102 min de leitura

Um estudo do Hospital Pitié-Salpêtrière, em Paris (França), pode ter feito uma descoberta inusitada na luta contra o novo coronavírus: a nicotina auxiliaria na proteção dos fumantes contra o vírus.

A pesquisa foi realizada com 480 pacientes que apresentaram resultado positivo para a covid-19. Destes, 350 foram hospitalizados, mas aqueles com sintomas menos graves puderam voltar para casa. Dos internados, cuja idade média era 65 anos, apenas 4,4% eram fumantes; já entre os que foram mandados para casa (idade média de 44 anos) a porcentagem era de 5,3%.

(Fonte: Pixabay/Reprodução)(Fonte: Pixabay)

Ao considerarem a idade e o gênero dos pacientes, os cientistas perceberam que o número de fumantes infectados era muito menor que o da população em geral, conforme estimado pela autoridade sanitária francesa Santé publique France.

Jean-Pierre Changeux, um renomado neurobiólogo francês, revisou o estudo e sugeriu que a nicotina pode impedir que o vírus atinja as células do corpo, o que limita a sua propagação. A substância também pode diminuir a reação exagerada do sistema imunológico, que ocorre nos casos mais graves da covid-19.

Agora, os pesquisadores estão planejando testes com adesivos de nicotina em pacientes com o novo coronavírus e em profissionais de saúde que se encontram na linha de frente. Os ensaios clínicos com os dispositivos estão aguardando a aprovação das autoridades de saúde do país.

Mas fumar ainda é nocivo

(Fonte: Pixabay/Reprodução)(Fonte: Pixabay)

Porém, os responsáveis pelo estudo reforçam que não estão incentivando a população a fumar, afinal esse ato acarreta outros riscos extremamente graves à saúde, matando 50% dos adeptos. E mesmo se a nicotina puder servir como uma forma de proteção contra o vírus, os fumantes que contraem a doença desenvolvem sintomas mais sérios devido ao efeito tóxico da fumaça do tabaco nos pulmões.

Resultados franceses apoiam pesquisa chinesa

(Fonte: Pixabay/Reprodução) (Fonte: Pixabay)

Os resultados dessa pesquisa ajudam a confirmar um estudo chinês publicado no fim de março no New England Journal of Medicine, que sugeriu que na China apenas 12,6% das 1 mil pessoas infectadas pelo vírus eram fumantes e que a porcentagem de pessoas que fumam no país é de aproximadamente 28%.

Já na França, os números dos hospitais de Paris apontaram que, entre os 11 mil pacientes com covid-19, 8,5% eram fumantes.

(Fonte: Pixabay/Reprodução)(Fonte: Pixabay)

"Nosso estudo transversal sugere fortemente que aqueles que fumam todos os dias têm muito menos probabilidade de desenvolver uma infecção sintomática ou grave com Sars-CoV-2 em comparação com a população em geral. O efeito é significativo. Ele divide o risco em cinco para pacientes ambulatoriais e em quatro para aqueles internados no hospital. Raramente vemos isso na medicina", afirmaram os autores do relatório do Hospital Pitié-Salpêtrière.

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