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16/06/2020 às 09:00•2 min de leitura
Publicado no início do mês de junho no site Annals of Internal Medicine, um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Scripps, nos Estados Unidos, indica que casos assintomáticos podem chegar até 45% do total de contaminados pelo novo coronavírus. A estimativa, que coloca a ausência de sintomas em uma margem de 40% a 45% em todos os casos confirmados de presença do vírus, surgiu após a análise de outras 16 pesquisas da área, incluindo publicações dos sites PubMed, bioRxiv e medRxiv.
Apesar de basear-se em dados especulativos, já que o pleno controle de testes e a ampla realização de exames em toda a população não é uma tarefa simples ou comum, a pesquisa surge como um alerta sobre a relevância dos testes de covid-19, assim como um reforço dos riscos existentes com a alta proporção de contaminados assintomáticos, já que podem transmitir o vírus da mesma forma que os que apresentam sintomas, segundo atualização da Organização Mundial da Saúde, porém sem seu conhecimento.
"A disseminação silenciosa do vírus torna ainda mais difícil o controle", disse Eric Topol, um dos pesquisadores e diretor do Instituto Translacional de Pesquisa Scripps. "Nossa análise realmente destaca a importância dos testes. É claro que, com uma taxa assintomática tão alta, precisamos lançar uma rede muito ampla, caso contrário, o vírus continuará nos escapando."
(Fonte: Reuters/Reprodução)
O tom de preocupação também é evidente no comunicado da equipe médica do instituto, que acredita que, em assintomáticos, a carga viral pode ser carregada por mais tempo, algo em torno de duas semanas, e podem chegar a possuir a mesma potência dos vírus que habitam organismos de pacientes em estado grave.
"Desde fevereiro de 2020, há relatos de pessoas infectadas com SARS-CoV-2, mas que não desenvolveram sintomas de covid-19. Em alguns casos, a carga viral dessas pessoas assintomáticas tem sido igual à das pessoas sintomáticas, sugerindo potencial semelhante de transmissão viral", esclareceu o pesquisador.
Mesmo com muitas dúvidas ainda existentes sobre o funcionamento do vírus em casos assintomáticos, tanto em relação à transmissão quanto em seu real impacto no organismo dos contaminados, exames já chegaram a comprovar que a permanência do vírus, durante o período de latência, pode trazer complicações respiratórias, atingindo os pulmões e prejudicando-os a longo ou curto prazo.