Ciência
17/07/2020 às 08:00•2 min de leitura
Num artigo publicado na última quarta-feira (15) na revista científica Science Robotics, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Washington descrevem uma câmera sem fio, dirigível, de 248 miligramas para transmitir vídeos de um a cinco quadros por segundo a um telefone móvel a até 120 metros, conectada nas costas de besouros.
O autor principal da pesquisa, professor da Escola G. Allen de Ciência e Computação e Engenharia Shyam Gollakota explicou o experimento: "Criamos um sistema de câmera sem fio de baixo consumo e baixo peso que pode capturar uma visão em primeira pessoa do que está acontecendo com um inseto vivo real ou criar uma visão para robôs pequenos".
Fonte: Mark Ston/University of Washington - Reprodução
Sobre o objetivo da pesquisa, disse: “A visão é muito importante para a comunicação e a navegação, mas é extremamente desafiador fazer isso numa escala tão pequena. Como resultado, antes do nosso trabalho, a visão sem fio não era possível para pequenos robôs ou insetos.”
As câmera pequenas, do tipo das instaladas em smartphones, usam muita energia para capturar fotos de grande angular e alta resolução, o que não funciona quando empregadas na escala de insetos. Apesar de leves, o conjunto se torna pesado para insetos, ou robôs, transportarem.
Fonte: Mark Ston/University of Washington - Reprodução
Outro autor, o professor-assistente da Universidade de Washington Sawyer Fuller disse que a visão em animais é um sentido que demanda muita energia.
Para reduzir o gasto energético, explica Fuller, "algumas moscas têm uma região pequena e de alta resolução de seus olhos compostos. Elas viram a cabeça para onde querem ver com mais clareza, como perseguir presas ou um companheiro. Isso economiza energia porque ela tem alta resolução em todo o campo visual".
O que os pesquisadores fizeram foi imitar a visão desses insetos. Por isso usaram uma pequena câmera em preto e branco com uma potência ultrabaixa capaz de varrer um campo de visão com a ajuda de um pequeno braço mecânico.
Depois de anexarem com sucesso a sua câmera removível às costas de dois tipos de besouros, os pesquisadores planejam colocar o equipamento em abelhas, substituindo a bateria por levíssimas células solares.
A instalação desse tipo de câmeras em animais está proporcionando uma nova visão (em primeira pessoa) do estudo da Zoologia.