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27/07/2020 às 13:00•2 min de leitura
Cientistas descobriram um vazamento subaquático de metano na Antártica que pode ser bastante prejudicial para o clima da região. O estudo foi publicado no Proceedings of the Royal Society B.
Casos semelhantes já haviam sido encontrados em outros lugares do mundo, mas a diferença era que micróbios conseguiam controlar os vazamentos ao devorarem o gás antes que ele pudesse chegar à atmosfera.
No caso da Antártica, os micróbios comedores de metano demoraram cinco anos para responder ao vazamento e ainda não consumiram todo o gás.
"O atraso [no consumo do gás metano] é a descoberta mais importante. Isso não é uma boa notícia" disse o ecologista marinho Andrew Turber, o principal autor do estudo, ao jornal The Guardian.
A preocupação dos cientistas é de que o vazamento subaquático provavelmente enviou gás metano para a atmosfera nos anos em que não foi impedido pelas bactérias.
Em 2011, mergulhadores descobriram o vazamento a uma distância de 10 metros abaixo do Mar de Ross, no sul da Antártica. Quando os pesquisadores foram ao local depois, encontraram fortes indícios de metano revelados por micro-organismos — simbióticos com os micróbios comedores de metano — que formavam "mantas" brancas no fundo do mar.
A análise dos sedimentos coletados comprovou que o gás estava escapando do fundo do mar. Após cinco anos, os cientistas retornaram ao local e constataram que o metano continuava fluindo.
A descoberta comprova que quantidades consideráveis do gás estavam sendo emitidas na atmosfera acima do Mar de Ross há anos. De forma isolada, esse vazamento não vai afetar a escala climática.
No entanto, o caso levanta a possibilidade de que mais vazamentos possam estar acontecendo sem que ninguém se dê conta. E o mais preocupante é que as águas do continente sul podem conter até 25% do metano marinho do planeta.
De acordo com os pesquisadores, o lado positivo é que o vazamento forneceu um laboratório natural para novas pesquisas sobre o assunto.