Artes/cultura
10/08/2020 às 13:30•2 min de leitura
As supernovas – explosões que marcam a morte de estrelas massivas – não dão origem apenas a buracos negros ou a estrelas de nêutrons. Segundo um estudo apresentado por uma equipe internacional de cientistas, alguns desses eventos deram origem ao cálcio presente no Universo e, consequentemente, ao elemento que compõe os esqueletos de tantos seres vivos aqui do nosso planeta, incluindo o que está em nossos ossos e dentes.
De acordo com a pesquisa – conduzida por um time de 67 profissionais de 15 países diferentes –, pelo menos metade do cálcio existente no Universo é oriunda do processo de morte estelar. Na verdade, a maioria das estrelas, quando “morre”, libera material rico em cálcio. No entanto, ao que tudo indica, algumas supernovas acabam gerando vastas quantidades desse elemento que, então, se dispersa pelas galáxias e acaba chegando aos planetas.
Os cientistas chegaram a essa conclusão depois de observar uma supernova – a SN 2019ehk – na Messier 100, uma galáxia em espiral situada a cerca de 55 milhões de anos-luz de distância de nós. O evento foi originalmente detectado por um astrônomo amador em meados do ano passado e, por sorte, chamou a atenção de especialistas de todo o mundo que, rapidinho, apontaram seus equipamentos para a estrela “agonizante” para acompanhar o processo.
Booom!
Durante as observações da SN 2019ehk, os cientistas constataram que supernovas como essa ocorrem quando estrelas relativamente compactas entram em colapso. O que acontece é que, no finalzinho de suas vidas, esses astros perdem massa bem depressa. Com isso, se forma uma camada de gás rica em cálcio ao redor da estrela e, quando o colapso da estrela propriamente dito se dá, o material resultante da sua explosão colide com essa nuvem, disseminando o elemento pelo espaço.
Então, o cálcio — juntamente com outros materiais, obviamente – acaba viajando pelo cosmos até encontrar sistemas planetários em formação e integrar os ingredientes que farão parte de novos planetas. O interessante é que, segundo os pesquisadores que apresentaram essa explicação, essas supernovas ricas em cálcio não são eventos frequentes, tanto que nenhum havia sido observado ainda. Portanto, imagine a quantidade desse elemento que as explosões liberam e espalham! Mas o mais bacana é saber que cada um de nós carrega um pouquinho desse material estelar em nossos corpos.
Sabia que nossos ossos e dentes contém material estelar? via TecMundo