Ciência
24/08/2020 às 04:00•2 min de leitura
Uma tábua suméria de 5 mil anos foi arrematada por US$ 230 mil (aproximadamente R$ 1,2 milhão) por um colecionador norte-americano em um leilão na Inglaterra. O artefato traz um detalhe importante: além de instruções de como fazer uma cerveja, a tábua carrega o que é considerada a assinatura mais antiga do mundo.
De acordo com informações do Ancient Origins, a peça foi encontrada em uma escavação no Iraque, no local onde seria a antiga cidade de Uruk, na Mesopotâmia. Especialistas acreditam que os símbolos no canto superior esquerdo da tábua formam um nome que pode ser pronunciado como "Kushim".
"Só se tem algumas chances de trabalhar com qualquer item de tal importância, fixando um marco na invenção humana talvez mais importante — a escrita" declarou Timothy Bolton, especialista da casa de leilões Bloomsbury Auctions, ao Daily Mail. O colecionador que levou o item permaneceu anônimo.
A maioria dos especialistas concorda que "Kushim" possa ser um nome próprio, mas também existe a suspeita de que possa ser um título oficial. De acordo com o Daily Mail, esse nome foi encontrado em outras 17 tábuas, sendo tratado como "Sanga" ou administrador do templo em algumas delas.
Embora não se saiba se é um nome próprio ou de uma instituição, Kushim se tornou o primeiro caso de uma pessoa que foi nomeada por escrito. Com esse artefato, é possível analisar que os sumérios tinham senso de identidade pessoal, o que pode ter sido influenciado pela invenção da escrita.
As inscrições encontradas na tábua parecem indicar que se tratava de um recibo para a compra de cevada, ingrediente utilizado para fazer cerveja. ,
Além disso, a tábua também continha o que parecia ser uma receita feita de símbolos que mostravam o processo de fabricação da bebida — com cevada ou outros cereais — até chegar ao pote.
A bebida alcoólica tinha uma função importante na antiga civilização. Para se ter ideia, a cerveja podia ser usada como pagamento aos trabalhadores na Mesopotâmia.