Artes/cultura
26/08/2020 às 09:00•2 min de leitura
A natureza está cheia de animais estranhos; alguns são tão sinistros que parecem ter saído diretamente de algum momento pré-histórico. Esse é o caso do Balaeniceps rex, popularmente conhecido como bico-de-tamanco, uma ave com quase 1 metro e meio de altura e bico grande em formato de sapato, que deu origem ao seu nome.
Acostumado a viver em áreas pantanosas, esse pássaro não migratório é encontrado na área central do continente africano, principalmente no sul do Sudão e em Uganda. Ele se alimenta basicamente de peixes e rãs; porém, na falta de suas "comidinhas básicas", pode até lanchar um filhote de crocodilo!
(Fonte: Michael Gwyther-Jones/Flickr/Reprodução)
Com sua aparência "dinossáurica", o bico-de-tamanco compartilha traços com cegonhas e garças, além de métodos predatórios bem violentos iguais aos dos pelicanos. Entretanto, na verdade, os cientistas acreditam que seus parentes mais próximos realmente sejam os cabeça-de-martelo.
Cabeça-de-martelo, o parente mais próximo do bico-de-tamanco. (Fonte: Sebastian Ritter/Wikipedia/Reprodução)
(Fonte: Rafael Vila/Flickr/Reprodução)
O estranho bico desse pássaro é forte e espaçoso o bastante para devorar peixes grandes em poucas bocadas e, ainda, lhe permite emitir um som de cliques que se assemelha ao de uma metralhadora, para afastar predadores e atrair parceiros na época do acasalamento.
(Fonte: Nik Borrow/Flickr/Reprodução)
Para enfrentar as altas temperaturas dos pântanos africanos, essas aves utilizam uma forma prática, mas um tanto estranha, para se refrescarem: defecam e urinam nas próprias pernas, a fim de criar um efeito de resfriamento.
Além disso, assim como outras espécies de pássaros, eles realizam a vibração gular, uma técnica que bombeia os músculos da garganta para ajudar a liberar o excesso de calor corporal (melhor do que a primeira alternativa, né?).
(Fonte: Muzina Shanghai/Flickr/Reprodução)
Mesmo sendo considerado um temido e altivo predador, o bico-de-tamanco é muito popular entre os observadores de pássaros e já foi adorado por algumas culturas, como os antigos egípcios.
Porém, essa fama tem um preço: atualmente, ele é considerado uma espécie vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza, com uma população máxima estimada entre 3,3 mil e 5,3 mil.
Isso se deve basicamente à diminuição de seu habitat natural e à caça excessiva por sua aparência rara, com colecionadores particulares em Dubai e na Arábia Saudita pagando US$ 10 mil (cerca de R$ 55 mil) por um exemplar vivo.
Vamos torcer para que o aumento dos esforços de conservação ajudem a manter a população dessa ave estranhamente adorável viva por muito tempo.