Groenlândia bate recorde e perde 532 bilhões de toneladas de gelo

29/08/2020 às 08:002 min de leitura

Um estudo científico publicado na última quinta-feira (20) no caderno "Communications Earth & Environment" da revista Nature revelou que as calotas polares da Groenlândia perderam um volume recorde de gelo em 2019, liberando 532 bilhões de toneladas métricas em apenas um ano. 

O volume impressionante de água que, segundo o estudo, ameaça acelerar a elevação do nível dos oceanos no mundo, com impacto futuro na vida de milhões de pessoas, equivale ao conteúdo de seis piscinas olímpicas de gelo derretido por segundo. Uma piscina olímpica comporta cerca de 2,5 milhões de litros de água.

O nível do mar se eleva à medida que o gelo derrete na Groenlândia (Fonte: Jane George/Reprodução)O nível do mar se eleva à medida que o gelo derrete na Groenlândia (Fonte: Jane George/Reprodução)

Dados da nova pesquisa

Na pesquisa agora divulgada, cientistas da Alemanha usaram imagens de satélite e dados de modelagem para obter informações alarmantes sobre essa ilha de dois milhões de km2 (o que equivale a quatro vezes a superfície da França), rodeada por 75% do Oceano Ártico e com uma cobertura de gelo de 85%.

A perda do ano passado quebra o recorde anterior registrado em 2012, que foi de 464 bilhões de toneladas de gelo. A quantidade de gelo derretido em 2019 provocou uma elevação do nível global da água do mar em 1,5 milímetro. O ano também registrou uma queda de neve abaixo da média de longo prazo, o que agravou a perda geral de massa.

As perdas de gelo não podem mais ser revertidas (Fonte: Alexey Seafarer/Shutterstock - Reprodução)As perdas de gelo não podem mais ser revertidas (Fonte: Alexey Seafarer/Shutterstock - Reprodução)

Um ponto sem volta?

Relatórios sobre o estado crítico da região vêm se avolumando há vários anos. A Groenlândia se aquece duas vezes mais rápido do que o restante do planeta. De 1980 a 1990, as calotas polares perdiam 450 bilhões de toneladas de gelo por ano, mas eram substituídas pelas nevadas. 

No entanto, a partir da virada do século, o degelo vem ocorrendo de forma mais acelerada, chegando a 500 bilhões de toneladas anuais que, segundo os autores, não foram compensadas devido à menor frequência de nevascas, o que é também uma consequência das mudanças climáticas. 

Na publicação da semana passada, os cientistas reconheceram que a camada de gelo da Groenlândia atingiu um "ponto sem volta", o que significa que ela continuará encolhendo mesmo se a mudança climática pudesse ser revertida de alguma forma milagrosa hoje. 


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