Artes/cultura
27/08/2020 às 10:00•2 min de leitura
Um rastro luminoso no céu assustou os moradores da cidade de Sarapuí, no interior de São Paulo, na noite da última segunda-feira (24). As "luzes voadoras", também relatadas por alguns residentes como "estrelas", são na verdade uma constelação de satélites Starlink, da empresa SpaceX do bilionário Elon Musk.
À equipe do G1, o estudante Douglas Pulga explicou que, ao sair de casa para pegar um balde, avistou um grupamento de "estrelas". Logo em seguida, mais pontos luminosos surgiram, causando um pouco de apreensão nos moradores.
Douglas confessou à reportagem: "Fiquei assustado, porque não é algo que a gente vê no dia a dia. Comecei a contar e vi mais de 20 'estrelas', mas passaram bem mais. Chamei minha família. Meus pais acharam que estava 'acabando o mundo'. Foi engraçado e assustador ao mesmo tempo".
Avistamento de 60 satélites nos Países Baixos em 2019 (Fonte: Marco Langbroek/Reprodução)
O avistamento de satélites, que ocorre geralmente após o pôr do sol, ou logo antes do seu nascimento, foi explicada ao G1 pelo professor de física e astrônomo Rodrigo Raffa: "O fenômeno tem se tornado comum, com novos lançamentos da empresa americana no ano de 2020".
Segundo Rodrigo, o avistamento dos satélites no início da noite de segunda-feira ocorreu também em diversas outras cidades do estado de São Paulo, no noroeste em direção ao sudoeste. “Os satélites não possuem luz própria como as estrelas, apenas refletem a luz solar”, disse o astrônomo.
First two Starlink demo satellites, called Tintin A & B, deployed and communicating to Earth stations pic.twitter.com/TfI53wHEtz
— Elon Musk (@elonmusk) February 22, 2018
Os dois primeiros satélites demo, chamados Tintin A & B, lançados em fevereiro de 2018
A constelação de satélites Starlink é um ambicioso projeto atualmente desenvolvido pela empresa de sistemas aeroespaciais norte-americana SpaceX. O objetivo do seu proprietário, o bilionário Elon Musk é prover internet banda larga a preços acessíveis em pontos ainda não atendidos pelas redes atuais.
Para consecução do projeto, será necessário criar uma megaconstelação constituída de, pelo menos, 12 mil satélites em órbita. A SpaceX já teria pedido autorização para lançar mais 30 mil .
Atualmente, existem 653 orbitando a Terra, a uma altitude aproximada de 550 quilômetros, considerada uma órbita terrestre baixa (ou LEO na sigla em inglês). Muitos astrônomos têm levantado objeções quanto ao lançamento da nova constelação, devido ao impacto que poderiam causar nas observações da radioastronomia.