Ciência
27/08/2020 às 13:00•2 min de leitura
Recentemente, um time de pesquisadores da Universidade de Swansea, em Wales, no Reino Unido, descobriu mais sobre o processo de mumificação dos animais no Antigo Egito. O estudo foi realizado por meio de uma nova tecnologia que permite a análise das múmias sem sua descaracterização ao utilizar de raios X em tomografias microcomputadorizadas para criar modelos fiéis em alta resolução e 3D.
A tecnologia, também chamada de microtomografia computadorizada (micro CT, em inglês) possibilitou que os pesquisadores descobrissem mais sobre os animais mumificados, com uma imagem até 100 vezes mais nítida que uma tomografia médica comum. Assim, foi possível identificar detalhes nos corpos de um gato, uma cobra e um pássaro, bem como suas causas de morte e até mesmo analisar sua arcada dentária.
(Fonte: Swansea University via LiveScience)
Os animais viveram há cerca de 2 mil anos e, segundo a análise de sua causa mortis, foram usados como um sacrifício religioso. O gato, por exemplo, tinha apenas cinco meses de vida quando teve seu pescoço quebrado pouco antes de sua morte ou de sua mumificação, para manter sua cabeça na posição correta de embalsamento.
Animais mumificados. (Fonte: Swansea University via All That's Interesting)
Já o estudo no corpo da cobra mostrou que o animal desenvolveu a doença de gota, possivelmente por ter sido desidratada enquanto viva. Contudo, a causa de sua morte foi um duro golpe de seu corpo contra uma superfície, como uma chicotada, que causou fraturas em sua espinha — método considerado comum para matar serpentes. Também foi identificada resina em sua garganta, proveniente do processo de mumificação.
Por outro lado, a análise do pássaro, um falcão-peneireiro eurasiático, indicou que o animal não teve nenhum osso quebrado. A revelação de sua espécie foi possível devido a precisão da microtomografia, que permitiu a medição exata de seu esqueleto e, assim, de sua identificação. Veja abaixo um vídeo demonstrativo da tecnologia:
Diante disso, os especialistas concluíram que os animais não eram de estimação, mas de sacrifícios religiosos: "Os animais mumificados eram comprados por visitantes nos templos e, como sugerido, ofereciam-nos aos deuses de forma similar como as velas são oferecidas nas igrejas hoje em dia," explicaram os especialistas em entrevista ao Gizmodo.