Artes/cultura
23/09/2020 às 11:00•2 min de leitura
Funerais costumam ser momentos muito complexos, nos quais somos muitas vezes obrigados a encarar nossa própria mortalidade. Ninguém gosta de pensar muito nesse assunto, mas a verdade é que enterros, além de serem tristes, também podem causar um grande impacto para a natureza. Pensando nisso, designers da Universidade de Tecnologia de Delft, na Holanda, juntamente com o museu local de História Natural podem ter encontrado uma solução mais ecologicamente amigável: caixões biodegradáveis.
Os “Casulos Vivos” são feitos com musgos juntamente com um fungo chamado micélio, que costuma se espalhar como uma rede subterrânea, liberando nutrientes para outros organismos e ainda neutralizando substâncias tóxicas como óleo plástico e metal.
O intuito é bem simples: beneficiar o meio ambiente não apenas facilitando a decomposição natural do corpo humano, como também acelerando-a de forma significativa. Dentro dos caixões convencionais, o processo pode levar décadas, mas com a novidade, tudo estaria terminado ente dois a três anos.
“O Casulo Vivo permite que as pessoas se tornem uma com a natureza novamente e enriqueçam o solo, em vez de poluí-lo”, explica Bob Hendrikx, fundador da Loop, a startup responsável pela criação do caixão ecológico.
O processo de construção dura por volta de uma semana. O micélio é cultivado no formato adequado e então seco de forma natural, para manter a forma. Mas assim que entrar em contato com a umidade do solo, ele começa seu processo de compostagem.
Até o momento, a Loop já “cultivou” pelo menos 10 casulos, além de já ter realizado um sepultamento com o produto exclusivo.
Para quem ficou interessado, o caixão ecológico está custado US$ 2 mil (cerca de R$ 10.800), o que pode parecer um pouco caro aqui, mas é o preço das versões convencionais nos Estados Unidos.
Curiosamente, os holandeses não são os únicos a considerarem formas ecologicamente corretas para enterros.
Em 2019, Washington se tornou o primeiro estado norte-americano a permitir algo chamado de “compostagem humana”, processo que transforma restos mortais de um ente querido em solo e o entregando para a família, que pode então utilizá-lo para cultivar árvores ou outros tipos de plantas.
Mesmo parecendo um tanto mórbido, é louvável ver pessoas considerando um modo melhor de se integrar à Terra, principalmente se considerarmos o nível de devastação que tem sido causado nos últimos anos.
E você, toparia um caixão de fungos? Conte para nós na seção de comentários!