Estilo de vida
16/10/2020 às 05:00•2 min de leitura
Há 40 milhões de anos, um adorável animal marinho habitava pela região do que hoje é um deserto completamente seco no Egito, é o que aponta um novo estudo.
Segundo os historiadores, durante os últimos anos do período Eoceno, — de 35 a 40 milhões de anos atrás — o Deserto Oriental Africano, que fica a leste do rio Nilo, servia de lar para os ancestrais dos peixes-boi e dos dugongos.
A pesquisa apresentada na conferência anual da Sociedade de Paleontologia Vertebrada, que ocorreu de maneira virtual por conta da pandemia de Covid-19, relatou a descoberta dos primeiros fósseis de animais da ordem Sirenia em rochas que datam de volta para o período Eoceno.
Durante o ano de 2019, os cientistas descobriram partes das vértebras, costelas e ossos dos membros da criatura parente próxima do peixe-boi, que juntos formavam quase o esqueleto completo de um indivíduo adulto da espécie.
Assim como as baleias, os ancestrais mamíferos dos Sirenias viviam em terra firme antes de se adaptarem para o ambiente marítimo, fazendo com que essa espécie semiaquática ainda tivesse patas traseiras e dianteiras como outras criaturas terrestres.
Os estudos apontam que a primeira espécie de Sirenia chamada de Pezosiren portelli nasceu na metade do período Eoceno na região da Jamaica, aproximadamente há 50 milhões de anos.
Em 2012, uma publicação feita pela Universidade de Michigan, dos Estados Unidos, detalhou como a ordem desses herbívoros marinhos mamíferos se tornou totalmente aquática ao longo dos anos. Segundo o documento, no final do Eoceno, todas as espécies de Sirenia possuíam nadadeiras como membros dianteiros e perderam as patas traseiras.
Os novos fósseis descobertos no Egito também sugerem que as águas na região eram relativamente rasas, visto que os peixe-boi, por exemplo, se alimentam de algas que precisam da iluminação solar para crescer.
Entretanto, essa não é a primeira vez que arqueólogos encontraram fósseis de Sirenia que datam para o Eoceno na África. Segundo o supervisor do Laboratório de Paleontologia da Universidade do Cairo, Mohamed Korany Ismail Abdel-Gawad, outras amostras foram descobertas na Líbia, Somália, Togo e Madagascar, que também são regiões áridas nos dias atuais.