Artes/cultura
20/10/2020 às 06:00•2 min de leitura
Você provavelmente já ouviu falar de fósseis de seres humanos e dinossauros, assim como ossos e construções que comprovem a existência de certos animais no passado. Entretanto, um grupo de pesquisadores estudou recentemente o fóssil de pegadas deixadas por uma caminhada pré-histórica.
O trabalho foi desenvolvido por uma equipe internacional que envolve historiadores norte-americanos e ingleses, mas foi feito na região do White Sands National Park, no Novo México, Estados Unidos. A pesquisa foi publicada no periódico online Quaternary Science Reviews.
Os fósseis foram encontrados em uma região do parque nacional que contém milhares de pegadas gravadas. Os pesquisadores acreditam que as marcas tenham sido deixadas durante ou antes da última era glacial, ou seja, entre 11 mil e 13 mil anos atrás.
As pegadas que se destacaram têm algumas peculiaridades que chamaram a atenção dos historiadores: tamanho, comprimento e retidão. A dimensão das marcas indica que foram deixadas por uma mulher ou uma adolescente acompanhada de uma criança. Além disso, comprovam que a pessoa deveria estar a uma média de 1,7 metro por segundo, sendo que o normal de uma caminhada é de 1,3 ou, no máximo, 1,5 metro por segundo.
Os vestígios têm cerca de 1,5 km de comprimento e estão dispostos em uma linha reta. Quando somadas, essas características deixam claro que o indivíduo não se desviou do caminho e andou de forma apressada. Porém, a questão mais marcante foi o fato dos pesquisadores, ao analisar mais profundamente, terem encontrado marcas de um possível retorno da mesma pessoa.
Acredita-se que as marcas tenham sido deixadas por uma mãe e uma criança de dois anos ou menos. Isso porque, em alguns momentos, é possível notar pequenas marcas de pegadas junto dos vestígios maiores, talvez em momentos em que a mulher teria colocado a criança no chão para descansar um pouco ou para ajeitar a posição dela em seu colo. As marcas do retorno, porém, mostram que a pessoa não estava mais acompanhada. A velocidade das passadas também evidencia que o trajeto tenha sido feito em um ambiente hostil.
Os pesquisadores acreditam que a mulher tenha cruzado uma região na qual ficavam animais selvagens da era glacial, como os mamutes e os tigres-dente-de-sabre. Portanto, a velocidade pode ser uma consequência do medo de ser atacada por algum animal.
Nunca saberemos o que levou uma mãe e um filho a cruzarem sozinhos um ambiente tão hostil sozinhos, mas os cientistas creem que o destino era provavelmente um ambiente de conforto ou de segurança.