Estilo de vida
22/10/2020 às 10:00•2 min de leitura
Durante reformas no Mirante Natural La Pampa de Nazca, no Peru, arqueólogos identificaram um geoglifo de um enorme gato doméstico desenhado próximo às Linhas de Nazca. Segundo os estudiosos, a figura do animal, que foi restaurada a tempo antes da erosão natural do território apagá-la totalmente, possui cerca de 36 metros de largura e é datado de 2 mil anos atrás.
O gato encontrado no Morro do Mirador Natural se juntou a diversos outros animais que foram registrados através das Linhas de Nazca, como um macaco, uma baleia e um beija-flor. A descoberta foi feita por acidente, segundo informado pelo Ministério da Cultura do Peru no site do Governo, e surge como uma das documentações históricas mais curiosas da modernidade.
“A figura mal era visível e estava prestes a desaparecer devido à sua localização em uma encosta bastante íngreme e aos efeitos da erosão natural”, disse a equipe do Ministério da Cultura, em nota. “Na última semana, foi efetuada a limpeza e conservação do geoglifo, que apresenta a figura de um felino representado com o corpo de perfil e a cabeça olhando para a frente, cujas linhas eram, na sua maioria, bem definidas por uma linha de largura variável entre 30 e 40 cm.”
Após a restauração, foi concluído que o animal data de 200 a.C. e 100 a.C., aparentemente como uma representação desenhada por antigos membros da cultura Paracas, sociedade andina predecessora da civilização Nazca, conhecida por fabricar itens e artefatos que exibiam contornos de gatos e felinos.
Pesquisadores acreditam que as imagens desenhadas na região de Nazca e Palpa carregavam um importante símbolo religioso para as civilizações, que retratavam, através de imensos desenhos, criaturas relevantes para suas culturas. Dessa forma, os animais eram traçados sempre em locais com visão de perspectiva, podendo ser observados pelos membros das sociedades e, principalmente, pelos antigos deuses.
Até o momento, cerca de 100 geoglifos foram encontrados no território peruano, indicando que, com mais escavações e restaurações, novas imagens podem reaparecer em meio às Linhas de Nazca. “Pode parecer surpreendente que novos designs ainda estejam sendo encontrados, mas sabemos que há mais por aí”, disse o arqueólogo Johny Isla, líder do projeto.