Ciência
31/10/2020 às 06:00•2 min de leitura
Toda grande batalha é vencida nos detalhes e, por vezes, necessita de uma pitada de ilusionismo. Pensando nisso, o exército da Rússia elaborou uma estratégia um tanto quanto inusitada para ludibriar seus adversários no campo de guerra: réplica de borracha de tanques e veículos militares.
Apesar do chamado “Exército Inflável Russo” não ser o arsenal mais perigoso em uma disputa armamentista, ele foi criado para gerar o mesmo valor que os equipamentos de milhões de dólares. Por exemplo, chamar a atenção do inimigo por apenas alguns segundos pode ser o fator primordial para vencer a batalha de trincheiras.
Em entrevista para o jornal americano The New York Times, o engenheiro da companhia de balões RusBal, Aleksei A. Komarov, comentou sobre a eficácia do ilusionismo nas guerras. “Se você parar para analisar todo grande embate na história, você vai perceber que o blefe vence todas as vezes”, argumentou.
Para Komarov, nunca existiu uma guerra onde os vencedores foram completamente honestos durante todo o processo. A RusBal surgiu como uma simples companhia de brinquedos infláveis e hoje é referência na criação de réplicas de jatos, tanques, caminhões e outros veículos militares.
A empresa fundada em 1993 foi desenvolvida por um entusiasta dos balões de ar quente, que almejava explorar esse mercado de produtos. Agora, 27 anos depois da criação, o seu maior cliente nada mais é do que o Exército da Rússia.
Os produtos militares infláveis se tornaram uma parte tão importante dos negócios da RusBal a ponto da empresa começar a desenvolver novos produtos que complementassem suas criações. Um dos exemplos disso é o dispositivo usado para criar rastros de tanques na terra, o que faria com que a estratégia de ilusionismo parecesse menos suspeita.
De acordo com uma reportagem de 2010 feita pela BBC, os instrumentos produzidos pela empresa russa de produtos infláveis foram confeccionados em um material especial feito para fazer os sistemas de radar e imagens térmicas acreditarem que são armas reais.
Apesar da estratégia inusitada, a Rússia não parece ser pioneira nos exércitos infláveis. Em outras ocasiões, os Aliados usaram um “exército fantasma” para enganar os países do Eixo durante a Segunda Guerra Mundial e as forças da OTAN atacaram tanques sérvios de mentira durante a guerra do Kosovo em 1998.