Estilo de vida
07/11/2020 às 03:00•2 min de leitura
A definição mais comum de buraco negro é que ele é um objeto extremamente denso no espaço, do qual nenhuma luz pode escapar. Misterioso e, na maioria das vezes, incompreensível para as pessoas “não iniciadas” no assunto, um buraco negro é uma das consequências do funcionamento da gravidade.
Quando uma quantidade imensa de massa é comprimida em um espaço bem pequeno, o resultado disso é um objeto que rasga a própria estrutura do espaço-tempo, transformando-se naquilo que é chamada de singularidade.
A singularidade presente no centro de um buraco negro faz com que as concepções de tempo e espaço simplesmente se desintegrem completamente. E é como se a singularidade deixasse de existir, pois a região singular possui volume zero. Mas, ao mesmo tempo contém toda a massa da solução do buraco negro.
Para substituir essa “inexistência”, algumas possibilidades podem ser exploradas.
As estrelas Planck são objetos hipotéticos. Elas não podem nem ser definidas como estrelas, no sentido tradicional. Pode ser que, bem no fundo de um buraco negro, a matéria não seja comprimida até um ponto infinitamente pequeno, mas sim reduzida à sua menor configuração possível.
Isso é chamado de estrela de Planck, uma possibilidade prevista pela gravidade quântica em loop, uma teoria que propõe que os conceitos de tempo e espaço simplesmente não existem. Nessa noção hipotética de tempo e espaço, estas variáveis são quantizadas, ou seja, o universo que nos cerca é “dividido” em pedaços extremamente pequenos.
Essa fragmentação teórica do espaço-tempo propõe que, em vez de desmoronar em uma singularidade, a matéria dentro de um buraco negro entrará em colapso até ter cerca de um trilionésimo de metro de tamanho (o chamado comprimento de Planck). Ou seja, uma bola infinitamente pequena, mas que, se existente, poderia ser observada por um telescópio de raios gama.
O gravastar é outro modelo alternativo para a singularidade dos buracos negros, que, embora um tanto estranha, não depende das teorias não testadas da gravidade quântica para existir. A diferença entre um buraco negro e um gravastar é que, em lugar da singularidade, o gravastar seria preenchido com energia escura.
A energia escura é uma substância que permeia o espaço-tempo, na verdade uma forma de energia que supostamente estaria presente em todo o espaço e contribuiria para a expansão do Universo. Isso significa que toda matéria que cai num gravastar não penetra no horizonte de eventos, mas fica na superfície.
Recentemente, observações de fusão de buracos negros com detectores de ondas gravitacionais, têm refutado a teoria dos gravastares.
Como o nome já sugere, os buracos negros rotativos giram. Nesse caso, a singularidade, esticada em forma de anel, gira num ritmo tão frenético, que tem uma força centrífuga incrível. Mas, em relatividade geral (a de Einstein), forças centrífugas fortes agem como antigravidade, ou sejam, elas empurram, ao invés de puxar.
Portanto, matematicamente falando, assim que passar pela singularidade do anel, você entrará no chamado buraco de minhoca (um tipo de atalho do espaço-temo) e sairá por um buraco branco, o oposto do buraco negro onde nada pode entrar e a matéria sai à velocidade da luz, para um lugar totalmente novo e enigmático do Universo.
Sejam quais forem as possibilidades, saber o que acontece realmente dentro de um buraco negro talvez seja uma resposta que nunca teremos.