Estilo de vida
18/11/2020 às 06:00•2 min de leitura
Quase como uma mistura de pato e castor, o ornitorrinco é uma das espécies mais peculiares de animais na natureza. Sendo um dos únicos mamíferos no mundo a colocar ovos, essas criaturinhas esquisitas e adoráveis guardam alguns segredos dentro de sua incrível existência.
Segundo um estudo recente divulgado na revista Mammalia, o casaco de pele de um ornitorrinco se torna fosforescente quando exposto à luz negra, adquirindo uma tintura azul-esverdeada. Os cientistas afirmam que ainda não se sabe ao certo o real motivo para essa “transformação” — ou se ele realmente existe.
Para a maioria dos humanos, a iluminação ultravioleta existe fora do nosso espectro visível. Entretanto, alguns pigmentos são capazes de absorvê-la, retirar parte de sua energia e refletir o restante em uma coloração marcante capaz de ser enxergada pelas pessoas.
Muitos objetos criados pelos seres humanos possuem a habilidade de replicar esse “fênomeno”, sendo as camisetas brancas as mais conhecidas. Na natureza, muitos seres vivos também o realizam. Os escorpiões, por exemplo, ficam em destaque sob a luz negra e dezenas de anfíbios adquirem um brilho verde ao serem expostos à luz azul, que é um tom abaixo da luz ultravioleta.
Os mamíferos, por outro lado, não são muito conhecidos por criar esse show de luzes. Até o momento, a biologia descobriu pouquíssimas espécies com a característica do casaco de pele fluorescente e as exceções costumam ser criaturas de hábitos noturnos. Um desses casos é a família de gambás “arco-íris” descobertos pela Universidade do Kansas na década de 1980.
Depois de analisar três espécimes de ornitorrinco, o Museu Field de História Natural de Chicago, em parceria com o Northland College, pode comprovar a verdadeira existência do casaco de pele fluorescente. Mas então, qual o motivo natural para a existência do efeito da luz negra nessa espécie?
A bioluminescência, por exemplo, ajuda as criaturas marinhas a atraírem suas prezas e encontrar seus bandos nas profundezas do oceano. Já os beija-flores absorvem informações da luz ultravioleta emitida por algumas flores. Segundo os pesquisadores, ainda não se sabe ao certo se o ornitorrinco é capaz de compreender a existência da luz negra, sobretudo na luz natural.
Os estudiosos do Museu Field suspeitam que, ao absorver e transformar a coloração da luz ultravioleta ao invés de simplesmente refleti-la, esse processo ajudaria essa espécie de mamíferos a se esconder de predadores sensíveis a esse tipo de iluminação.