Estilo de vida
23/11/2020 às 13:00•2 min de leitura
A formação da Nebulosa do Anel Azul, localizada a 6.300 anos-luz de distância da Terra, sempre foi um mistério para os cientistas, desde a sua descoberta em 2004. Agora, 16 anos depois, eles finalmente conseguiram entender como ela surgiu e explicaram tudo em um estudo publicado na revista Nature.
De acordo com o astrofísico do Carnegie Institution for Science Mark Seibert, o anel azul é, na verdade, a base de uma nuvem em formato de cone de hidrogênio molecular brilhante, que se afasta da estrela no centro da nebulosa em direção à Terra. Dados de observações recentes, usando diferentes equipamentos, também indicaram a existência de uma segunda nuvem, idêntica, mas que se forma na direção oposta.
Para a equipe liderada por Seibert, essas nuvens de vestígios fluorescente surgiram após a colisão de uma estrela de tamanho semelhante ao Sol com outra de massa muito menor. Com o choque estelar, que teria ocorrido há “apenas” alguns milhares de anos, as duas acabaram se fundindo.
Embora esse tipo de fusão seja comum, tais eventos são difíceis de estudar, por causa dos detritos liberados após a colisão, atrapalhando a visão dos pesquisadores. Por isso, a equipe acredita que a Nebulosa do Anel Azul represente o estágio final do processo, quando os resíduos liberados pelo choque começam a desaparecer, oferecendo uma boa visibilidade do objeto.
A equipe por trás da descoberta sobre a formação da Nebulosa do Anel Azul divulgou uma animação que permite entender melhor a estranha estrutura do objeto. Veja:
O anel de tom azulado que rodeia a estrela central formada após a fusão estelar, catalogada como TYC 2597-735-1, chamou a atenção dos astrônomos quando foi visto pela primeira, em 2004, usando o telescópio espacial Galaxy Evolution Explorer (GALEX), equipamento já descontinuado pela NASA.
No entanto, a tonalidade deste anel peculiar é apenas um efeito óptico gerado pela codificação com a cor azul nas imagens do telescópio, já que a nebulosa só emite luz ultravioleta invisível ao olho humano.