Artes/cultura
24/11/2020 às 12:00•2 min de leitura
Uma estadunidense de 36 anos foi surpreendida ao chegar em um hospital da cidade de Ann Arbor, no estado de Michigan, com muitas dores de estômago. Depois de ser atendida pelo departamento de emergência local, a mulher foi diagnosticada com um quadro raro de “baço errante”.
O baço, que é responsável por filtrar o sangue e produzir células imunológicas, normalmente fica localizado acima do estômago e no quadrante superior esquerdo do abdômen. Porém, em alguns casos, os ligamentos que mantêm o órgão no lugar podem se alongar e deslocá-lo pela barriga causando diversas dores.
Conforme o relato do Dr. Alexander Wester, residente no Michigan Medicine, para o portal Live Science, a paciente chegou ao hospital com um deslocamento de baço de aproximadamente 30 cm. Através dos exames de imagem, a equipe médica pode notar que o órgão foi parar no quadrando inferior direito do abdômen.
Apenas dois dias antes de ser diagnosticada com “baço errante”, a moça havia feito um teste de triagem para câncer de fígado, onde também teve sua região abdominal examinada e nenhuma anomalia constatada. Já no dia seguinte, ela começou a sofrer com severas dores de estômago e vomitar.
Portanto, em um curto período de 24 horas, o baço desprendeu-se de sua região original e viajou para a localização oposta do normal dentro de seu corpo.
Em casos mais graves, essa condição rara do corpo humano pode acabar causando um infarto esplênico. Isso acontece quando os vasos sanguíneos que rodeiam o baço se torcem e param de fornecer sangue para o órgão, podendo causar muita dor ou até mesmo levar à morte do paciente.
Segundo os pesquisadores, o “baço errante” pode ser uma condição congênita, na qual bebês nascem com falta ou enfraquecimento de alguns ligamentos do baço. No caso da norte-americana, os médicos acreditam que o problema tenha surgido em decorrência de um problema no fígado, que é ligado ao outro órgão por um sistema de veias.
A mulher sofre de colangite esclerosante primária (CEP), uma doença hepática rara caracterizada pela inflamação nos dutos biliares que transportam os líquidos digestivos do fígado para o intestino delgado. O melhor tratamento para os casos de “baço errante” acaba sendo a remoção do órgão, o que praticamente não afeta a qualidade de vida de uma pessoa.