Ciência
16/12/2020 às 10:01•2 min de leitura
Em março de 2020, um grupo de arqueólogos desvendou uma nova seção dentro de um templo asteca na Cidade do México, capital federal mexicana, onde 119 crânios humanos estavam enterrados. O local havia sendo explorado desde 2017, quando os pesquisadores passaram dois anos desenterrando uma torre macabra de esqueletos.
De acordo com os relatos da Fox News, os restos mortais se somam aos outros 484 crânios encontrados em formato de uma torre de quase 5 metros de diâmetro. O último achado foi feito no leste de Huey Tzompantli, a principal sala do templo designada para o sacrifício de homens, mulheres e crianças.
Apesar da mais nova descoberta ter sido feita pelo Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH) há meses, a pesquisa só foi oficializada agora durante a reta final de 2020. A estrutura cilíndrica em questão foi construída próxima ao Templo Mayor, um dos principais templos da antiga capital asteca.
Em declaração oficial, a ministra da cultura do México, Alejandra Frausto, descreveu o projeto como “a maior descoberta arqueológica recente no país”. Segundo Frausto, o Templo Mayor é um local cheio de surpresas e a região de Huey Tzompantli é um retrato da complexidade do tema.
Segundo os dados do INAH, a torre foi construída em três períodos distintos entre 1486 e 1502. Além disso, a macabra obra arquitetônica teria sido usada para amedrontar que invadiram a cidade pelo comando do espanhol Hernán Cortés em 1521.
Os pesquisadores mostraram-se surpresos ao perceberem que nem todos os crânios descobertos no Templo Mayor eram de homens adultos. Antigamente, acreditava-se que a estrutura nada mais era do que um monumento de guerra exibindo os soldados mortos em combate.
Porém, as informações coletadas nas últimas escavações demonstraram um novo lado da cultura asteca. Segundo a reportagem feita pela BBC, os locais acreditavam firmemente que a antiga cidade de Tenochtitlán era reinada deus asteca do sol, da guerra e do sacrifício humano.
Dessa forma, é possível que além dos restos mortais de guerreiros, a estrutura tenha sido formada por mulheres e crianças destinadas às chamadas cerimônias de sacrifício. O ritual sagrado tinha como objetivo transformar o sangue humano em oferenda para os deuses ou até mesmo criar uma forma de personificação das entidades divinas.