Artes/cultura
02/03/2021 às 04:00•2 min de leitura
A maionese, molho à base de óleo e ovo, muito comumente utilizada em sanduíches, vem sendo uma grande aliada no intuito de salvar a vida de tartarugas marinhas. Isso porque, nos últimos dias, Israel sofreu um dos desastres ecológicos mais graves de sua história e o condimento parece ser o único “remédio” capaz de ajudar os animais.
Um derramamento de óleo atingiu o país e cerca de 160 quilômetros da costa israelense foi manchada por toneladas de alcatrão. Essa substância espessa e pegajosa grudou nos corpos das tartarugas, impedindo-as de se alimentar e respirar direito, muitas delas chegaram a margem já sem vida.
Milhares de voluntários e funcionários do National Sea Turtle Rescue Center resgataram e estão cuidando de 27 tartarugas. “Todas elas chegaram aqui com uma camada de alcatrão na cabeça, nos olhos, nas narinas, na boca, no aparelho digestivo e no estômago. Elas não têm chance de sobreviver sem tratamento. Removemos o alcatrão de suas narinas e olhos para que pudessem respirar e ver”, explicou Yaniv Levy, fundador e diretor do centro onde os quelônios estão hospitalizados, em entrevista ao jornal israelense Haaretz.
Para limpar o trato digestivo e salvar a vida das tartarugas, primeiro os trabalhadores utilizam óleo vegetal para diluir o alcatrão. Em seguida, com o auxílio de uma seringa, inserem a maionese para dissolver e remover a substância do estômago e intestino dos animais.
A maioria das tartarugas atingidas são jovens, que tem entre 5 meses a 1 ano e meio de vida. Elas comem pequenos animais marinhos, como caranguejos, moluscos e ouriços-do-mar. Neste primeiro momento em que se recuperam do alcatrão, os alimentos sólidos poderiam se unir a esta substância, causando bloqueios na traqueia. Por isso, a dieta das tartarugas está sendo exclusivamente de maionese, que é rica em gorduras e proteínas.
A estimativa é que, dependendo dos resultados dos exames, as tartarugas sejam liberadas em até 2 meses. Autoridades locais estão investigando o derramamento e acredita-se que o óleo foi produzido por um navio que estava a cerca de 50 quilômetros da costa. Imagens de satélites irão ajudar no rastreamento do responsável pelo desastre.