Ciência
09/03/2021 às 06:00•2 min de leitura
O Rover Perseverance da missão Marte 2020, robô de US$ 2,7 bilhões da NASA, pousou em 18 de fevereiro na cratera Jezero no planeta vermelho. Quando estiver totalmente instalado e operante, o dispositivo irá usar o seu braço robótico de 2,10 metros, que ele moveu pela primeira vez na quarta-feira (3), para observar e coletar rochas marcianas.
Além de uma furadeira para colher as amostras, o Perseverance levou consigo um conjunto de diversos olhos mecânicos para observar as rochas a uma distância de poucos centímetros. Segundo os pesquisadores, essa proximidade deverá ser suficiente para localizar entalhes sutis supostamente deixados por formas antigas de vida.
As amostras consideradas promissoras serão armazenadas em tubos selados para serem coletadas por futuras missões que as conduzirão à Terra para análises mais detalhadas. O Perseverance também irá testar novas tecnologias capazes de criar condições para uma eventual exploração humana em Marte.
O PIXL (Fonte: NASA/JPL-Caltech/Reprodução)
Na ponta do braço robótico do Perseverance, existe um instrumento, do tamanho de uma lancheira, chamado PIXL (sigla em inglês para Instrumento Planetário para Litoquímica de Raio X), que funciona como uma lupa de mão de 10x, dessas que os geólogos carregam em campo.
Além de ampliar, o grande diferencial do PIXL é que ele consegue escanear as rochas com um feixe de raio X com foco extremamente fino, capaz de descobrir onde e em qual intensidade os produtos químicos são distribuídos nas superfícies, de forma a saber se possíveis micróbios primitivos estiveram envolvidos em sua formação.
Mapa químico (Fonte: The Planetary Society/Reprodução)
Embora esse espectrômetro de fluorescência de raio X já venha sendo utilizado em outras missões a Marte, como a sonda Viking e o rover Curiosity, o feixe do PIXL é tão fino quanto um fio de cabelo humano e consegue varrer uma amostra para frente e para trás. Depois, ele reúne essa pilha de imagens e mostra o lugar exato dos elementos, como sódio, potássio e níquel em uma área do tamanho de um selo.
Após ser processado, esse mapa químico poderá revelar se alguma das amostras encontradas poderia ser um "tapete microbiano" fossilizado, comprovando a existência anterior de vida em Marte.