Takin-dourado, o híbrido de vaca e bode que mora no Himalaia

17/03/2021 às 05:002 min de leitura

Escondidos na superfície montanhesca do Himalaia, uma espécie curiosa de grandes ruminantes chifrudos aproveita as tardes para se alimentar de capim: os takins-dourados, também chamados de Boi de camurça ou cabra-gnu. Durante séculos, esses animais se mantiveram afastados dos seres humanos.

O takin-dourado é uma criatura verdadeiramente misteriosa, possuindo um visual que pode ser descrito como um híbrido de bode, vaca e até mesmo antílope. Donos de um belíssimo casaco de pele dourado, essas criaturas têm um corpo bastante robusto, quatro pernas curtas, focinhos longos e cascos de dois dedos.

Takin na mitologia

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Um takin-dourado chega a pesar 350 kg na fase adulta e pode medir cerca de 2,2 metros de comprimento, conferindo-lhe uma aparência imponente. Naturais das regiões montanhosas da Índia, Butão e Myanmar, esses ruminantes também podem dividir território com ursos pandas em algumas partes do mundo.

Mesmo tendo características de diversas outras criaturas, o takin-dourado está mais alinhado geneticamente com as ovelhas selvagens. Isso explica sua pelagem espessa de lã que varia entre o marrom-avermelhado ao branco-dourado — sendo a última seu traço mais notório e brilhante.

Para se ter ideia, seu casaco de pele dourado é tão brilhante que algumas pessoas acreditam que o takin-dourado tenha originado o conto do Velo de Ouro na mitologia grega. Segundo a história, Poseidon e uma ninfa eram pais de um carneiro alado chamado Crisomálo, que foi sacrificado pelo herói Jasão para que este usasse seu velo dourado para ser coroado rei. 

Espécie ameaçada

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Herbívoros diurnos, os takins costumam se alimentar de bambu, flores e folhas encontradas nas regiões montanhosas na Ásia. Além disso, essas criaturas também aproveitam da vegetação para se camuflar de possíveis predadores. Costumam ser criaturas solitárias e também sociáveis, andando em grupos de 300 membros durante o acasalamento e adotando uma vida adulta distanciada dos demais.

Apesar dos seus chifres, esses animais não costumam apresentar comportamento agressivo — o que faz deles alvos fáceis para caçadores. Os caçadores procuram o takin para vender como carne exótica, bem como por seus belos chifres e pele dourada.

Por fim, essas incríveis criaturas têm sofrido imensamente com a perda de habitat. Atualmente, suas populações estão reduzindo cada vez mais e suas quatro subespécies estão listadas como ameaçadas de extinção e vulneráveis no banco de dados da União Internacional para Conservação

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