Estilo de vida
06/04/2021 às 04:00•2 min de leitura
Pesquisadores da University of California San Francisco detectaram mais de 50 novos produtos químicos em um estudo realizado com mulheres grávidas e seus recém-nascidos. A maioria desses produtos químicos nunca foram observados em humanos anteriormente.
As descobertas são preocupantes, visto que muito pouco se sabe sobre esses produtos e seus potenciais efeitos para a saúde, dizem os pesquisadores. "Estamos muito preocupados com essas exposições que ocorrem durante a gravidez porque é um período de desenvolvimento muito vulnerável", disse Tracey Woodruff, uma das autoras do estudo, em entrevista ao site científico Live Science.
"Isso pode influenciar a saúde da mãe mais tarde. E é um período de desenvolvimento vulnerável para o feto, então pode ter consequências na infância e na vida toda", continuou.
Pesquisadora conduz experiência médica. (Unsplash/Reprodução)
Destes produtos químicos recentemente detectados, dois eram as substâncias perfluoralquil e polifluoralquil, ou PFAS, usados em produtos de consumo, como panelas antiaderentes e caixas de pizza. De acordo com a Environmental Protection Agency (Agência de Proteção Ambiental, em português), além de se acumularem, esses compostos permanecem no corpo humano por muito tempo.
Dez das substâncias detectadas eram plastificantes ou compostos usados na produção de plásticos. Um desses plastificantes faz parte de um grupo de produtos químicos chamados ftalatos, que são frequentemente encontrados em embalagens de fast food e foram associados a efeitos adversos à saúde.
Dois dos produtos químicos são usados em cosméticos e um em pesticidas. A maioria deles, cerca de 37, são desconhecidos ou pouco conhecidos pelos pesquisadores.
Tracey Woodruff, ainda para o Live Science, comenta sobre o estudo e os passos futuros a partir desses resultados: "Já sabemos por outros estudos que as mulheres grávidas estão expostas a produtos químicos, muitos deles em níveis que têm sido associados a efeitos adversos à saúde", falou.
Os pesquisadores podem determinar se esses produtos químicos estão presentes no sangue materno e no cordão umbilical, mas não podem dizer em quais níveis, comentou a cientista.
Nos próximos trabalhos, os pesquisadores planejam analisar as toxicidades desses produtos recém-detectados e aprender como eles afetam os tecidos, a fim de usar as informações para prevenir doenças no futuro.