Ciência
06/04/2021 às 09:00•2 min de leitura
Uma importante descoberta arqueológica foi feita no mês passado, na remota ilha de Skokholm, no País de Gales. O mais surpreendente, no entanto, não foram apenas os artefatos em si, datados da Idade da Pedra e do Bronze, mas os seus descobridores: um bando de coelhos cavando suas tocas.
Skokholm é uma ilha do mar Celta, a oeste do País de Gales e a 3 km da costa de Pembrokeshire, uma região escarpada do Reino Unido, com belas paisagens rurais de frente para o mar. Na primavera e no verão, a ilha é dominada por dezenas de milhares de aves marinhas em nidificação, mas nesta época do ano, apenas dois especialistas em aves, Richard Brown e Giselle Eagle, moram na ilha.
Reprodução: Crown: Cherish Project 2018/Reprodução
Segundo o The Guardian, os dois guardiães faziam normalmente sua patrulha diária, quando descobriram um estranho artefato na entrada de uma toca de coelho perto da cabana da ilha: era uma espécie de seixo chanfrado cujas fotos, remetidas para especialistas no continente, revelaram ser uma ferramenta mesolítica.
Estimada em cerca de 6 mil a 9 mil anos de idade, o instrumento pode ter sido usado por antigos caçadores-coletores na Idade da Pedra para auxiliar na construção de barcos com peles de foca, ou mesmo na preparação de alimentos como mariscos, por exemplo.
Fonte: Richard Brown e Giselle Eagle/WTSWW/Reprodução
Enquanto o especialista Andrew David examinava virtualmente a ferramenta pré-histórica, Brown e Eagle encontraram uma segunda leva de itens na entrada da mesma toca de coelho. Desta vez, os orelhudos trouxeram outra ferramenta de pedra da era mesolítica e algumas peças de cerâmica.
A curadora de arqueologia pré-histórica do Museu Nacional de Gales, Jody Deacon, recebeu as fotos dessas peças de cerâmica e as identificou como relíquias de uma urna funerária da Idade do Bronze, com cerca de 3,75 mil anos. Essas análises serão úteis na recomposição de uma imagem da vida passada na pequena ilha, que mede apenas 1,6 km por 800 metros.
Fonte: Richard Brown e Giselle Eagle/WTSWW/Reprodução
Agora, os especialistas aguardam a suspensão dos bloqueios da pandemia da covid-19 para irem fazer pessoalmente mais pesquisas na ilha de Skokholm ainda no final deste ano.