Artes/cultura
02/05/2021 às 07:00•2 min de leitura
A consciência é uma das percepções mais abstratas do ser humano, que desempenha a função de sentir e perceber o universo a nossa volta. Para a ciência, porém, ainda há dúvida sobre como separar em que medida ela é real ou apenas uma criação do nosso cérebro e se está presente em outros lugares além da nossa mente.
O desafio é, partindo de dados extraídos do cérebro, entender qual é o processo feito por ele para gerar experiências subjetivas e traduzi-lo em um modelo matemático. A partir dai, esse mesmo modelo pode ser aplicado a sistemas de computador, por exemplo.
Experiência consciente é um dos maiores mistérios da mente humana. (Fonte: Pexels)
O pampsiquismo é a área de estudo responsável por abordar esse tema, uma ciência filosófica que trata a mente como componente fundamental da realidade. Do ponto de vista estabelecido por ela, a consciência é presente em todo o universo, desde as menores partes de matéria existentes.
Nessa linha de pesquisa, preza-se por um entendimento que vai além da neurociência e parte-se para a análise dos efeitos quânticos em nosso cérebro. Ela foi defendida por Sir Roger Penrose, um físico renomado da Universidade de Oxford, em seu livro A Mente Nova do Rei, de 1989.
Essa afirmação foi fortalecida e complementada com a "Hipótese de redução objetiva orquestrada", elaborada pelo psicólogo Stuart Hameroff. Sua teoria é de que processos do cérebro refletem a estrutura organizacional do Universo e que a experiência consciente é o produto de vibrações quânticas dos neurônios.
Em contraposição aos estudos mais filosóficos, está a "Teoria da Informação Integrada" (IIT), do neurocientista e psiquiatra Giulio Tononi, que segue uma abordagem matemática. Nela, Tononi defende que a consciência acontece quando, em um sistema geral, informações se movem e conectam em subsistemas.
Ainda não se sabe se consciência está presente apenas em nossos cérebros ou em tudo o que há no mundo. (Fonte: Pixabay)
Partindo da avaliação de todas essas teorias, os cientistas Johannes Kleiner, matemático e físico do Centro de Filosofia Matemática de Munique, e Sean Tull, matemático de Oxford, entenderam que no universo também existe consciência, dada pela interação de partículas.
No entanto, a consciência presente na matéria física não interfere em seu funcionamento, como no caso de computadores. Para os estudiosos, a consciência é simplesmente um fenômeno físico, resultado de interações de determinadas partículas em certas condições.
Por outro lado, se for comprovado que a consciência causa mudanças no universo, toda a visão científica sobre o mundo seria alterada por julgamentos morais que não eram feitos sobre o que era considerado, até então, inconsciente.