Artes/cultura
08/05/2021 às 09:00•2 min de leitura
Um passeio turístico feito na paradisíaca ilha de Langkawi, na Malásia, transformou-se em pesquisa científica, quando o repórter da BBC Travel, Thomas Bird, contratou como guia a primatologista e conservacionista francesa Priscillia Miard para guiá-lo pelos jardins do resort Andaman, um cenário tropical para casais em lua-de-mel escondido em uma floresta tropical de 10 milhões de anos.
(Fonte: Getty Images)
Há algum tempo na ilha, Miard prepara sua tese de mestrado para a Universidade Sain Malaysia, estudando o comportamento dos colugos, uma espécie endêmica nas florestas tropicais do sudeste asiático. Mamíferos arborícolas do tipo escalador, esses animais foram por muito tempo chamados de lêmures voadores, porém nem são lêmures e nem voam.
Por ser um mamífero arbóreo, o colugo é até bem grande, pois mede de 35 a 45 centímetros de comprimento e chega a pesar até dois quilos. Tem patas longas, cauda curta, cabeça pequena e orelhas redondas. Seus olhos grandes, parecidos com o de lêmures, ficam na frente do rosto, permitindo visão binocular.
Fonte: Priscillia Miard/Reprodução
Caminhando à noite com Miard e dois assistentes, o repórter de turismo da BBC logo se depara com o seu primeiro colugo, que tem hábitos noturnos. Segundo Bird, o que diferencia o colugo é uma membrana que se estende do seu pescoço, passando por suas mãos e pés até a cauda. E compara: a forma do corpo é a de uma pipa.
Longe de ser lêmure ou esquilo, o colugo está mais próximo dos primatas, embora possua uma ordem científica própria, a dos dermópteros. Outra característica única observada nesses bichos é a amamentação dos filhotes, feita através de leite excretado de suas axilas. Eles preferem folhas e flores aos frutos, lambem seus olhos para limpá-los, e se comunicam através de ultrassom (igual aos morcegos), mas enxergam bem.
Fonte: Thawats/Getty Images/Reprodução
Preocupada com o futuro dos colugos, Miard afirma que preferia que Langkawi se voltasse para o ecoturismo, como Sabá, que fica no norte da ilha de Bornéu. Apesar de a trilha na floresta ser incrível, afirma ela, são poucas as pessoas que a procuram, exceto os locais para caçar. A pesquisadora diz que gostaria que a ilha ficasse conhecida como "a ilha dos colugos".