Ciência
12/05/2021 às 05:00•4 min de leitura
Vivemos tempos muito loucos, com pandemia, mudanças climáticas, guerras e várias outras ameaças à nossa integridade física. A vida humana parece muito frágil, mas a real é que o corpo humano consegue aguentar até mais do que muitas pessoas pensam. Para entender quais são os nossos limites, leia esta lista que preparamos.
Essas são as três coisas mais essenciais para a nossa sobrevivência e o limite, no geral, é uma regra de três: suportamos até três minutos sem ar, três dias sem água e até três semanas sem comida. Claro que existem pessoas treinadas ou em situações extremas que passaram desses números, mas a regra geral é essa.
Ficar sem comer, em especial, é algo que depende muito de cada organismo. Ele pode consumir suas reservas de energia (gorduras, principalmente), além das proteínas que formam os tecidos. Além disso, ficar sem comer provoca diversas alterações hormonais e metabólicas, que podem influenciar no tempo que a pessoa suporta. Em 2004, um mágico brasileiro bateu o recorde mundial, aguentando 51 dias sem alimentos.
Mas quando o assunto é água, não importa: o estado de saúde se torna muito grave após cerca de 36 horas sem o líquido. O corpo tem dificuldade para regular sua temperatura e água também é essencial para transportar nutrientes pelo organismo. Quanto ao ar... Bom, falamos mais disso no item a seguir.
Imagem: Thought Catalog/Unsplash
Como temos presenciado na pandemia, a respiração e o oxigênio são indispensáveis para o organismo. Os médicos dizem que a preocupação começa quando a saturação de oxigênio fica abaixo de 95% — isto é, menos de 95% dos glóbulos vermelhos do sangue estão carregando moléculas de oxigênio. De acordo com a SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia), o coração e o cérebro começam a ser mesmo pressionados quando o índice fica abaixo de 89%. Ainda assim, o corpo é capaz de suportar saturações abaixo disso por períodos curtos.
Quando o assunto é ficar totalmente sem inspirar oxigênio por asfixia ou apneia, dois ou três minutos são o suficiente para que um ser humano desmaie. Pessoas treinadas até conseguem passar disso e o recorde mundial é de 24 minutos e 33 segundos sem ar. Mas o croata que conquistou essa marca inalou oxigênio puro por meia hora antes de ir para a piscina, para aumentar a saturação do sangue. Sem essa técnica, o máximo que uma pessoa já aguentou foi 11 minutos e 54 segundos. A partir dos 18 minutos, o croata começou a sentir contrações e espasmos.
Imagem: Freepik
A questão do oxigênio se relaciona diretamente com a altitude já que, ao nível do mar, temos saudáveis 21% de oxigênio no ar, índice que diminui conforme subimos. Acima de 3 mil metros, uma pessoa que não é acostumada já pode sentir uma certa falta de ar.
Alpinistas e pessoas que vivem nas montanhas já são mais calejadas para aguentar os baixos índices de oxigênio. Mesmo assim, o corpo começa a sentir a pressão a partir de seis mil metros, com fraqueza e aumento nos batimentos cardíacos.
Dois alpinistas conseguiram a façanha de chegar ao cume do Everest (8848 metros) sem tanques de oxigênio, em 1978. Mas a verdade é que acima dos 8 mil metros, já é quase impossível respirar e a morte é questão de tempo. Por isso, a imensa maioria das pessoas que chegam ao "topo do mundo" faz isso com oxigênio suplementar.
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Muita gente já passou uma noite sem dormir para estudar ou ir a uma festa e sentiu os efeitos disso no corpo: uma noite inteira acordado é o suficiente para prejudicar sua capacidade de dirigir da mesma forma que o álcool ou drogas. Pilotos da Força Aérea Americana relataram delírios após três ou quatro dias sem sono.
O recorde absoluto de ficar acordado foi batido nos anos 60, pelo adolescente americano Randy Gardner, que quis fazer uma experiência com seu amigo (e, depois, acabou sendo acompanhado por um médico). O tempo foi de 11 dias e 25 minutos desperto. Ao longo desse tempo, o jovem ficou extremamente irritadiço, teve perdas de paladar, olfato e audição, além de mudanças nas habilidades cognitivas e alucinações.
Assim que bateu o recorde, Randy Gardner dormiu por 14 horas ininterruptas e ficou relativamente bem. Seu cérebro foi estudado e algumas alterações de longo prazo foram detectadas. Por motivos éticos, ninguém sabe se um ser humano morre se ficar muito tempo sem dormir, mas experiências com ratos e gatos (que já são altamente questionáveis) mataram os bichos por falta de sono após duas semanas.
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Essa é a uma pergunta para a indústria aeronáutica e para pesquisas espaciais. Quando falamos em aceleração lateral, o máximo é 14 G (ou seja, 14 vezes a força da gravidade da Terra), já que uma força maior pode deslocar nossos órgãos. Aceleração para cima ou para baixo é um assunto mais sério, pois isso pode deslocar nosso sangue dentro do corpo. Algo entre 4 G e 8 G é o máximo.
Em contrapartida, acelerar para frente ou para trás é "de boas". Acredita-se que a força máxima que o corpo humano aguenta nessa direção é de 45 G — o equivalente a frear de mil quilômetros por hora a zero em menos de um segundo. Mesmo assim, por favor, não tente testar esse limite com seu carro.
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Para terminar, é preciso chegar em extremos de temperatura para "morrer de calor" ou "morrer de frio", além de ser exposto a essas condições por tempo suficiente para entrar em colapso. No primeiro caso, 10 minutos a mais de 60 graus, dependendo da umidade, já é o suficiente para matar. Então, regule bem a temperatura da sauna.
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Quando o assunto é hipotermia, fica mais difícil cravar um número. O mais importante é que a temperatura corporal não baixe de 21?°C, já que aí o coração para. A questão são as condições extremas que fariam a gente chegar a esse ponto, já que nosso corpo está preparado para manter a temperatura a 37?°C. Estima-se que uma hora exposto a 28?°C negativos pode ser o suficiente para isso, mas depende do organismo.