Ciência
12/06/2021 às 12:00•2 min de leitura
As plantas costumam ser vistas pelos seres humanos como formas de vida extremamente simples e subestimadas. Entretanto, cada espécie costuma operar com funções bastante sofisticadas, usando suas habilidades para sobreviver e se adaptar aos ambientes em que estão inseridas.
Um exemplo simples disso é o mecanismo adotado por elas para sobreviver. Você já se perguntou como uma planta sabe qual é o horário certo do dia para desabrochar ou absorver alimento? Para que elas não morram de fome durante a noite, diversos cálculos simples precisam ser feitos para adotar um cronograma.
(Fonte: Pixabay)
Assim como os seres humanos, as plantas precisam de uma rotina para trabalhar suas vidas. Através de seus relógios internos, também chamados de relógios circadianos, elas conseguem gerar ritmos diários capazes de sincronizar seus corpos com o ambiente externo. Dessa forma, elas passam a desenvolver um plano de sobrevivência.
Ao amanhecer, as plantas se preparam para colher a luz do dia antes mesmo do sol raiar. Durante a tarde, elas evitam perder o mínimo de água possível para gerar uma reserva energética que será utilizada pelo restante do dia. Além disso, elas emitem odores para atrair polinizadores quando estão mais ativas e aumentar as chances de reprodução da espécie.
Isso é um claro indicativo de que as plantas claramente sabem a diferença entre o amanhecer e o anoitecer, ou em outras palavras: elas sabem que horas são. Em caso de falha desse mecanismo, a saúde delas é colocada diretamente em risco.
(Fonte: Pixabay)
É durante o dia que as plantas fazem a fotossíntese e produzem todos os esqueletos de carbono essenciais para a sua sobrevivência, crescimento e reprodução. Durante essa etapa, uma das moléculas geradas por elas é o amido, um polissacarídeo que é usado como reserva energética.
No início dos dias, as plantas possuem quantidades de amido bastante escassas. Porém, com o passar das horas, esse número aumenta de 10 a 20 vezes como resultado da assimilação do carbono pela fotossíntese. Em casos de falta desse polissacarídeo, a planta pode sofrer um estresse energético e ter o crescimento afetado.
Para que uma planta consiga racionar sua reserva de amido, ela precisa saber quanto ainda lhe sobra e quanto tempo resta até o próximo amanhecer — tornando o relógio interno peça fundamental de funcionamento. Quando essa percepção de tempo é alterada ou simplesmente está defeituosa, as plantas sofrem mais estresse, realizam menos fotossíntese, usam mais água e acabam crescendo menos.