Artes/cultura
01/07/2021 às 12:00•2 min de leitura
Cientistas da Universidade de Curtin, na Austrália, descobriram que pepitas de pirita, cristal considerado o "ouro de tolo", podem armazenar pequenas quantidades do metal precioso e indicam uma fonte de extração sustentável e ecoamigável.
Derivado do enxofre, a pirita é um cristal composto de dissulfeto de ferro (FeS2) e ganhou o nome de "ouro de tolo" — ou "ouro dos gatos" — por enganar muitos mineradores durante os anos. Porém, a cor e o brilho da pedra são as únicas características se assemelham ao metal precioso, já que ela é incapaz de conduzir corrente elétrica e, além de não possuir maleabilidade, exala um gás tóxico quando aquecida.
(Fonte: Flickr / Reprodução)
Agora, uma reviravolta da ciência coloca a imitação do ouro como uma alternativa para a extração ambientalmente amigável, já que novas descobertas não indicaram apenas a condição da pirita armazenar pequenas quantidades de ouro que ficam presas durante o processo de cristalização, mas também a possibilidade da realização de uma remoção saudável que não danifique o material.
Além de armazenarem nanopartículas ocasionais de ouro, algo que pode indicar a presença próxima do mineral, as piritas possuem pequenos defeitos em suas estruturas, visto que naturalmente as formações cristalinas são dotadas de imperfeições. Esses detalhes foram observados através de uma tomografia da sonda atômica, método que utiliza pulsos elétricos para separar átomos de uma amostra e observá-los um a um, e assim o novo estudo alcançou as camadas mais interiores do "ouro de tolo".
(Fonte: Live Science / Reprodução)
A ideia de Denis Fougerouse, principal autor do projeto, era conseguir extrair os minúsculos nanofios de ouro da pirita — 100 mil vezes menores do que a largura de um cabelo humano — sem causar danos às amostras, e tudo isso foi possível através da lixiviação seletiva, processo no qual um fluido dissolve o metal precioso mesmo em pequenos cantos, criando uma cadeia em que o próprio ouro "empurra" outros vestígios.
"Queríamos olhar para uma forma eco-amigável de extração", esclarece o geólogo, sugerindo a importância da pesquisa para um viés sustentável sobre a exploração de metais preciosos.