Estilo de vida
05/07/2021 às 11:00•2 min de leitura
Em 1961, a corrida espacial entre Estados Unidos e União Soviética atingia seu ponto de ebulição. No começo daquele ano, os americanos sabiam que os soviéticos, após fazer testes com animais no espaço, preparavam o primeiro voo tripulado por um ser humano para chegar à órbita da Terra, e voltar de forma segura.
O projeto Mercury, da NASA, tentou recuperar o tempo perdido, mas não havia ainda segurança para enviar um astronauta humano, antes que o programa espacial secreto soviético mandasse o deles. A solução foi enviar um chimpanzé, depois batizado de Ham, na missão.
Fonte: Ralph Morse/Life Pictures/Shutterstock
Os animais-astronautas do programa soviético já haviam provado que os mamíferos podiam sobreviver no espaço, mas a NASA queria ir além: precisava se certificar que os seres humanos conseguiriam realizar tarefas em gravidade zero. Para fazer isso, Ham, então chamado apenas de “Número 65”, recebeu um treinamento comportamental que incluiu choques elétricos quando ele não puxava uma alavanca.
Fonte: Amazon/Reprodução
O chimpanzé Ham nasceu em julho de 1957, nos Camarões, e foi capturado na selva por caçadores, que o venderam para uma fazenda em Miami, na Flórida. Lá, ele foi adquirido pela NASA, junto com outros 39 “colegas”, para a missão na Base Aérea de Holloman, em Almogordo no Novo México. Após uma série de testes, o Número 65 foi escolhido devido à sua acuidade mental.
Após seu controverso treinamento, o chimpanzé foi equipado com sensores para monitorar suas funções vitais, amarrado à cadeira biopack, e embarcado no foguete Mercury-Redstone 2.
Após decolar, em 31 de janeiro de 1961, a uma velocidade de 9,4 mil km/h, Ham chegou a uma altitude de 253 km acima da Terra, número bem superior ao que a NASA previra, devido à perda de pressão do ar na cápsula, causada por uma rachadura.
Menos de 17 minutos depois, Ham pousou a 212 km do local previsto para o resgate, no Oceano Atlântico, só sendo resgatado muitas horas depois. Depois disso, virou celebridade mundial, foi capa da revista LIFE e virou filme, até se aposentar e passar a viver no National Zoo, em Washington.