Ciência
11/07/2021 às 04:00•2 min de leitura
Ao longo do século XX, a humanidade viveu sob a tensão de conflitos armados, e as primeiras histórias sobre iniciativa nucelar tomaram conta do planeta, com diversos grupos realizando testes e ameaçando nações com ataques. Alguns desses casos infelizmente se concretizaram e foram responsáveis por devastações sem precedentes, enquanto outros ficaram apenas nos bastidores, mas elevaram misteriosos rumores durante fases pré-operacionais.
Conheça abaixo algumas das mais misteriosas e fascinantes histórias envolvendo explosões nucleares.
Em 6 de agosto de 1945, Tsutomu Yamaguchi foi uma das vítimas do ataque nuclear a Hiroshima e, mesmo se escondendo do bombardeio, não conseguiu impedir que a sua pele fosse afetada pela explosão. Gravemente queimado, ele passou uns dias com sua família para se recuperar, mas em 9 de agosto, após conseguir ter condições suficientes para voltar a trabalhar, seu escritório foi totalmente devastado pela segunda bomba atômica, e Yamaguchi foi tomado pela radiação.
Mesmo doente, o homem viveu até os 93 anos e ganhou o título nacional de nijyuu hibakusha, ou seja, "pessoa bombardeada duas vezes".
Koko Kondo tinha 8 meses quando a primeira bomba atômica detonou Hiroshima. A jovem cresceu acompanhando o sofrimento causado pelo ataque e as tristes histórias de pessoas que perderam tudo com a explosão; assim, jurou vingança contra a tripulação do avião Enola Gay, responsável por liberar a bomba.
Quase 10 anos depois, Koko foi convidada para um programa de auditório norte-americano e acabou sendo surpreendida pela participação conjunta de seu algoz: o capitão Robert Lewis. Inicialmente enfurecida, a japonesa controlou seu ímpeto ao ver o piloto chorando de arrependimento e, em vez de atacá-lo publicamente, segurou sua mão em um gesto de solidariedade e perdão.
Escolhida como parte de um projeto da Guerra Fria, a área de Maralinga, Austrália, foi palco para uma série de testes nucleares entre 1956 e 1963, quando sete bombas atômicas explodiram, sendo uma delas duas vezes maior do que a que tinha destruído Hiroshima. Assustadoramente, há suspeitas que esses testes não foram realizados para experimentar o poder das bombas, mas sim a resistência humana após o impacto, e muitos militares acabaram sendo expostos à radiação, com 30% deles sendo vítimas de câncer.
Em 22 de setembro de 1979, o satélite Vela-5B, projetado para detectar explosões nucleares, registrou uma explosão de 3 quilotons perto das Ilhas Príncipe Edward, no Pacífico, que aparentemente contou com um flash duplo e uma onda atmosférica. Porém, as aeronaves de vigilância não encontraram nada quando foram investigar o local e até hoje não há conclusões sobre o que de fato aconteceu. Uma falha de leitura do satélite? Testes secretos da África do Sul e Israel? A dúvida permanece.
Durante um trabalho escolar que provaria o impacto dos testes nucleares de 1950 e 1960 ao meio ambiente, foi identificado que uma garrafa de mel era 100 vezes mais quente do que vários outros alimentos e que essa amostra em específico continha altos níveis de césio-137, um isótopo radioativo encontrado em precipitação. O caso despertou a atenção de cientistas, e cerca de 122 amostras de mel foram coletadas pelas áreas de criação dos Estados Unidos, com cerca de 68 destas apresentando registros positivos para a presença de césio-137.
Segundo os especialistas, as plantas absorveram o isótopo da terra e o armazenaram em néctar, porém em concentrações que, quando condensadas, não afetam o organismo humano.