Ciência
11/07/2021 às 11:00•2 min de leitura
Em 16 de março de 1966, aconteceu a primeira ancoragem espacial do mundo com a sexta missão tripulada da cápsula Gemini VIII. Comandada pelo notório Neil Armstrong, a missão tinha o objetivo de realizar atividades extraveiculares maiores do que as feitas na Gemini IV e uma acoplagem com um foguete Agena em órbita.
No entanto, durante o momento de acoplamento algo deu errado: a Gemini VIII e o veículo-alvo começaram a girar mortalmente.
Neil Armstrong e David Scott estavam frente a frente com a morte, no que poderia ser a ruína da curta história do programa de voos espaciais humanos nos Estados Unidos.
(Fonte: Britannica/Reprodução)
Armstrong tentou usar os propulsores da Gemini VIII para parar de girar, mas isso só piorou. Eles estavam sem contato com os controladores de Houston e longe de qualquer estação de rastreamento. Tudo que conseguiram fazer foi lutar para reestabelecer o controle e tentar parar de rodar, mas nem nisso tiveram sucesso.
Em poucos minutos, os dois homens já não conseguiam mais visualizar as taxas no painel de instrumentos devido à velocidade com que rodopiavam. Eles podiam acabar desmaiando e morrendo logo em seguida com a intensidade dos giros, ou com a explosão do foguete Agena.
(Fonte: Sutori/Reprodução)
Acreditando se tratar de uma falha de controle de altitude no Agena, Armstrong decidiu desacoplar, porém a Gemini VIII passou a girar mais violentamente. Então ele chegou à conclusão de que o problema era um propulsor preso no Sistema de Altitude e Manobra Orbital (OAMS) da cápsula.
Incapaz de parar os propulsores individuais, Armstrong desligou o OAMS e ativou o Sistema de Controle de Reentrada (RCS), que eram dois anéis propulsores ao redor do nariz da Gemini VIII. Só assim a cápsula parou de rodopiar.
(Fonte: Pinterest/Reprodução)
Uma vez que os retrofoguetes foram disparados e o adaptador separado, a missão precisava imediatamente retornar à Terra. A Gemini VIII fez um pouso de emergência no Oceano Pacífico após 10 horas e 41 minutos de expedição espacial. Os homens foram resgatados por um contratorpedeiro da Marinha dos Estados Unidos.
Apesar do perigo, Armstrong e Scott entraram para a História ao fazerem o que ninguém ainda havia feito – além de sobreviverem a uma situação mortal.
“O cara era brilhante. Ele conhecia o sistema tão bem. Ele encontrou a solução e a ativou em circunstâncias extremas. Foi meu dia de sorte por estar voando com ele”, disse Scott no filme biográfico First Man, narrando a trajetória de Neil Armstrong.