Ciência
08/09/2021 às 11:00•3 min de leitura
Ao longo da evolução e do processo de adaptação de animais à natureza selvagem, certos grupos e espécies foram capazes de desenvolver instintos de sobrevivência cada vez mais apurados, passando a entender, assim como os humanos, o que os beneficia e aquilo que os prejudica em diversos tipos de ecossistema.
Assim, muitos bichos conseguiram criar hábitos que estendem o tempo de vida deles, os previnem contra doenças, eliminam corpos estranhos e executam uma série de ações determinantes para seu estabelecimento na Terra.
Conheça abaixo alguns animais que desenvolveram processos de automedicação impressionantes e entenda a relevância desses sistemas para a perpetuação das espécies.
(Fonte: Pinterest / Reprodução)
Normalmente infectadas por parasitas, as ovelhas são capazes de se automedicar e escolher o alimento ideal para aliviar as dores no organismo. Assim, quando esses animais detectam qualquer tipo de corpo estranho em seu interior, eles aplicam uma dieta alimentar baseada em tanino — substância oxidante existente em sementes, cascas e caules de frutos verdes que é responsável por reforçar as paredes arteriais, prevenir entupimento das veias, reduzir o colesterol ruim e retardar o desgaste celular.
(Fonte: Pinterest / Reprodução)
Assim como os orangotangos, os chimpanzés são capazes de se automedicar para aliviar as próprias doenças. Na África, eles têm hábitos semelhantes aos residentes locais e se alimentam tanto da medula de caules quanto de talos para controlar infecções causadas por nematelmintos — vermes que estimulam o desenvolvimento de enterobiose, amarelão, ascaridose e outros quadros clínicos.
(Fonte: Teahub / Reprodução)
Para combater o parasita Ophryocystis elektroscirrha, que se aloja no intestino e acelera a morte, as borboletas-monarcas se alimentam de ervas daninhas com produtos químicos eficazes na manutenção da saúde. Assim, além de interromper o desenvolvimento do verme, as borboletas conseguem sobreviver por mais tempo e estender seu curto ciclo de vida ao aumentar sua adaptabilidade.
Outro detalhe interessante fica por conta das fêmeas da espécie, que deixam seus ovos justamente nas plantas com propriedades químicas para que seus filhotes possam crescer sem chances de infecção.
(Fonte: Twitter / Reprodução)
Apesar do tamanho pequeno, a lagarta wollybear (Pyrrharctia isabella) detém um instinto de sobrevivência aguçado e é capaz de identificar no meio ambiente os alimentos exatos para sua sobrevivência, especialmente quando há riscos de saúde. Ao ser perturbado por moscas Tachinidae, que depositam seus ovos em um hospedeiro e podem levá-lo à morte após o nascimento da larva, o inseto P. isabella colhe plantas que contêm toxinas antiparasitismo e se alimenta delas.
(Fonte: Pinterest / Reprodução)
Além de viverem em comunidade e integrar um sistema em que todos se ajudam e colaboram para o bem-estar coletivo, as formigas proporcionam benefícios medicinais para a própria sociedade, que é constantemente exposta à propagação de doenças. No caso das formigas-da-madeira, elas infestam seus ninhos com uma resina conífera, afastando parasitas e outros microrganismos prejudiciais. Dessa forma, todas praticamente se imunizam em um plano de saúde inteligente, apresentando menos propensão a qualquer tipo de infeção.
(Fonte: Susan Love Nature / Reprodução)
Diferentemente de outras espécies animais que utilizam a natureza como meio para viabilizar a manutenção da saúde, pardais e pintassilgos vão na contramão desses processos e coletam cigarros usados para "enfeitar" a entrada de seus ninhos. Dessa forma, a nicotina previne a aproximação de corpos estranhos, como ácaros, e impede que as pequenas aves sejam infectadas com males externos enquanto se abrigam.
(Fonte: SAFE Worldwide / Reprodução)
Durante a gravidez, elefantes trabalham para que seus filhotes nasçam da forma mais saudável possível. Para isso, esses mamíferos, quando começam a perceber o surgimento de defeitos congênitos ou demonstram cansaço gestativo, alimentam-se de plantas indutoras do parto, a fim de acelerar o nascimento de seus bebês e reduzir um longo período de gravidez, que em alguns casos pode chegar a até 97 semanas.