Estilo de vida
09/09/2021 às 11:00•3 min de leitura
Há algumas dores horríveis que muitas pessoas podem relatar: pedras nos rins, trabalho de parto ou osso quebrado. Mas não é todo mundo que sobrevive para narrar um tiro na cabeça — seja por acidente, seja disparado por si mesmo. Ainda assim, quando um usuário do fórum Quora perguntou isso, alguns sobreviventes resolveram contar como foi.
Em resumo, a pessoa ouve um barulho muito alto e a bala entra estraçalhando o crânio e queimando a carne com seu calor. Nos primeiros momentos, não há dor, por conta da adrenalina, porém depois que ela passa pode ser melhor que a pessoa desmaie, porque a dor se torna insuportável — embora ficar acordado ajude a sobreviver.
Leia também: Quem morre na hora em um acidente sabe que morreu?
(Fonte: Unsplash)
O que acontece depois do tiro — ficar vivo ou morrer — depende da distância e do ângulo do disparo, bem como do tipo da arma, pois isso é que vai determinar o trajeto da bala pela cabeça e quais regiões serão afetadas.
Se o tiro pegar em uma parte importante do cérebro, a velocidade da bala é tamanha que ela simplesmente "amassa" os tecidos em vez de rompê-los — e a pessoa apaga sem saber o que aconteceu. É diferente de levar tiros em outros locais, quando desmaiar ou morrer é uma questão de quanto sangue você perde e quando seu corpo resolve desligar. Quando o tiro é no cérebro, ele mesmo se apaga na hora.
Se a bala acertar outros locais da cabeça, há chances de sobrevivência — e a sensação pode ser horrível, como descrevem os relatos no Quora.
O usuário Joab Hodge foi atingido na parte de trás da cabeça por uma bala disparada acidentalmente em um campo de tiro. Ele conta que a primeira coisa que sentiu foram zumbidos muito altos, como abelhas dentro do ouvido. Depois disso, começam outros sons ainda piores e a visão ficou turva, mas sem dor.
Sobre a visão, Hodge conta que a mudança é instantânea, como desligar uma lâmpada. Cada batimento cardíaco pulsava muito forte, e ele sentia o sangue quente jorrar, mas tinha medo de passar a mão no local. Depois que a primeira rodada de adrenalina passou, veio uma dor terrível.
Hodge diz que a dor é tão horrível que não pode ser descrita: "A dor é tão insuportável que você pensa em cada segundo que passa, e os dias parecem anos até que a dor diminua".
Leia também: O que será que dói mais: trabalho de parto ou chute no...?
(Fonte: Unsplash)
O relato mais impressionante é de Isaac Simoni, servidor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que levou um tiro na cabeça à queima-roupa em um assalto em um restaurante. Ele se sentiu caindo para trás em câmera lenta enquanto entendia o que tinha acontecido — "eita, morri". Então veio um clarão branco e isso era tudo que ele via.
Ele sentiu muito sangue jorrando dos olhos, do nariz, da garganta e pelo buraco da bala. A poça de sangue era muito maior do que qualquer uma que ele já havia visto. Quando a adrenalina passou, veio a dor — o sangue passando pela garganta somado ao sangue que já estava seco no corpo.
Diferentemente de outros relatos, Isaac não desmaiou — o que acabou lhe causando ainda mais sofrimento. Ele foi levado para um hospital e ficou horas esperando uma tomografia. Nesse tempo, a dor continuou insuportável e ele gritava, implorando para que alguém fizesse algo. Só no fim da tarde ele foi para a sala de cirurgia e apagou, acordando no dia seguinte. Como a bala se alojou em uma vértebra, os médicos preferiram não retirá-la, e Isaac continua com ela em seu corpo até hoje.
No fim das contas, a ideia de levar um tiro em qualquer pedaço do corpo é muito assustadora — ainda mais em uma parte tão sensível como a cabeça. Esses dois relatos servem para ficar grato por nunca ter passado por essa experiência, não é mesmo?