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21/09/2021 às 09:30•2 min de leitura
Um fato inusitado ocorreu em Bristol, cidade mais populosa da Inglaterra, nos últimos dias. Como forma de protesto ativista, um grupo com mais de 70 mulheres se reuniram para um casamento coletivo. Os maridos, porém, não eram seres humanos, mas sim árvores centenárias ameaçadas por um projeto de construção na cidade.
O matrimônio foi uma forma criativa que as protestantes encontraram para evitar a derrubada desses símbolos da natureza. As participantes do evento afirmaram estar preocupadas com os possíveis efeitos que a construção de 166 novas residências teria sobre o município, o que acarretaria o desmatamento de árvores essenciais para a saúde ambiental local.
(Fonte: Mark Simmons)
Em entrevista à imprensa britânica, a ativista e "noiva" Suzan Hackett garantiu que poder se casar com uma árvore é um extremo privilégio em sua vida. "Não é apenas um gesto sentimental, é altamente significativo e simbólico. As árvores são exemplos puros de amor incondicional, que se encaixa perfeitamente com toda a ideia de casamento. Casamento é para a vida, respirar é para a vida", ela defendeu.
Cada noiva usou um vestido diferente para representar uma vastidão cultural durante a cerimônia, realizada por um celebrante. Na visão da organizadora do evento, Siobhan Kierans, ela espera que esse "matrimônio" tenha servido como um alerta para que as pessoas notem como "as árvores são nossas parceiras para a eternidade".
Apesar do casamento com as árvores não ter qualquer validade legal, as ativistas estão confiantes que seus atos serviram para elevar a voz pública sobre a importância da luta pela preservação da natureza local.
(Fonte: James Barke)
Por mais inusitado que o casamento com árvores possa soar, essa não é a 1ª vez que esse tipo de protesto foi feito. O movimento no Reino Unido foi inspirado pelo histórico protesto Chipko, que ocorreu na Índia durante a década de 1970. Naquela época, várias mulheres se mobilizaram para proteger as florestas indianas contra a ação de madeireiras.
No Reino Unido, cerca de 41 km² de florestas naturais foram perdidas somente em 2020, de acordo com as contas da organização Global Forest Watch. O maior culpado pelo avanço do desmatamento foi o crescimento de construções privadas. Até então, a Câmara Municipal de Bristol não se manifestou sobre possíveis punições.