Estilo de vida
07/11/2021 às 09:00•2 min de leitura
Quase todo mundo já sonhou em ser astronauta na infância e, com as viagens espaciais se tornando uma possibilidade cada vez mais real, pode ser que, em algum momento no futuro, todos possamos realizar esse sonho antigo. E assistindo filmes de ficção científica você certamente já pensou em como seria viver no espaço. Mas e se morrêssemos por lá?
(Fonte: Pixabay)
Após morrer aqui na Terra, nosso corpo passa por vários estágios de decomposição. Primeiro, o sangue para de fluir e começa a se acumular como resultado da gravidade — um processo chamado livor mortis.
Em seguida, o corpo esfria ao algor mortis e os músculos enrijecem devido ao acúmulo descontrolado de cálcio nas fibras musculares. Esse é o estado de rigor mortis. Então, as enzimas, proteínas que aceleram as reações químicas, quebram as paredes celulares, liberando seu conteúdo.
Ao mesmo tempo, as bactérias em nosso intestino escapam e se espalham por todo o corpo, devorando tecidos moles — a putrefação — e os gases que liberam fazem o corpo inchar.
É claro que esses processos variam com fatores externos que o influenciam, como temperatura, atividade de insetos, enterrar ou embrulhar um corpo e a presença de fogo ou água. Mas, geralmente, os tecidos moles acabam desaparecendo para revelar o esqueleto.
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Mas e a morte no espaço? Existe algum guia de decomposição e processos para um astronauta que teve o final de sua vida por lá?
A gravidade diferente vista em outros planetas certamente impactaria o livor mortis, significando que o sangue provavelmente não se acumularia.
Dentro de um traje especial de astronauta, o rigor mortis ainda aconteceria — pois esse é o resultado da cessação de funções corporais — e as bactérias do intestino ainda devorariam os tecidos moles. Para funcionar adequadamente, no entanto, elas precisam de oxigênio, e o fornecimento limitado de ar retardaria significativamente esse processo.
Perdemos apenas 18 pessoas no espaço — incluindo 14 astronautas da NASA — desde que a humanidade começou a lançar seus foguetes e todas as mortes foram causadas por um desastre espacial. E todas essas calamidades foram em grande escala, com corpos recuperados na Terra em vários estados de integridade.
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Como todas as mortes no espaço foram causadas por acidentes espaciais, não sabemos exatamente o que esperar caso algum astronauta morra por um ataque cardíaco, causas naturais ou atingido por um meteorito durante sua caminhada espacial.
Caso o astronauta seja atingido por um micrometeorito, fazendo um buraco em seu traje, ele teria apenas 15 segundos antes de perder a consciência. Antes de congelar, provavelmente morreria por asfixia ou descompressão.
Dez segundos de exposição ao vácuo do espaço forçaria a água em sua pele e sangue a vaporizar, enquanto seu corpo se expandiria para fora como um balão sendo preenchido por ar. Seus pulmões entrariam em colapso e, após 30 segundos, ficaria paralisado — se já não estivesse morto nesse ponto.
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A NASA, em declaração pública, disse que não prepara planos de contingência para todos os riscos remotos e que sua resposta a qualquer situação em órbita não planejada será determinada em um processo colaborativo em tempo real entre a Diretoria de Operações de Voo, a Diretoria de Saúde Humana e Desempenho, a liderança da NASA e seus parceiros internacionais.
“Em meus 16 anos como astronauta, não me lembro de ter conversado com outro astronauta sobre a possibilidade de morrer”, disse Terry Virts, astronauta da NASA, em entrevista. “Todos nós entendemos que é uma possibilidade, mas o elefante na sala simplesmente não é discutido”.
Vale lembrar que, na história científica — até hoje — não há nenhum registro de um ser humano que tenha morrido no espaço. Mas é sempre bom estarmos preparados, não é mesmo?