Como os cérebros bilíngues trocam de língua com facilidade?

13/11/2021 às 08:002 min de leitura

A mudança de idiomas é um processo natural para as pessoas bilíngues, segundo um novo estudo publicado pela Universidade de Nova York (NYU). De acordo com a pesquisa, pessoas que dominam duas ou mais línguas têm um mecanismo no cérebro que não detecta quando o idioma mudou, permitindo uma transição contínua na compreensão de mais de um ao mesmo tempo.

“As línguas podem se diferenciar quanto aos sons que usam e como organizam as palavras para formar frases. No entanto, todas envolvem o processo de combinar palavras para expressar pensamentos complexos", explicou Sarah Phillips, autora do trabalho.

Processamento no cérebro

(Fonte: Pixabay)(Fonte: Pixabay)

O cérebro humano é capaz de trabalhar com múltiplos idiomas simultaneamente; exemplo disso é o que acontece na cabeça de um bilíngue quando lhe é apresentada uma situação com mais de um idioma. Nesse cenário, o cérebro do indivíduo é capaz de combinar as palavras das diferentes línguas como se estivesse interpretando uma única.

Entretanto, apesar de o multilinguismo não ser exatamente algo incomum entre as pessoas pelo mundo, os mecanismos neurológicos utilizados para compreender e reproduzir mais de um idioma ainda não eram muito bem explorados pela comunidade científica.

Para entender melhor esses processos, Phillips se uniu à professora de Linguística Liina Pylkkänen para investigar se os bilíngues interpretam conversas utilizando múltiplos idiomas através do mesmo mecanismo que usam para compreender uma única língua ou se essa etapa envolve uma interação completamente única do cérebro.

Interação bilíngue

(Fonte: Unsplash)(Fonte: Unsplash)

Para avançar o estudo, os cientistas decidiram medir a atividade neural dos falantes de coreano/inglês. No experimento, as cobaias viram uma série de combinações de palavras e imagens em uma tela de computador e depois tiveram que indicar se as figuras estavam relacionadas às palavras mostradas anteriormente.

Os vocábulos exibidos durante o experimento poderiam ser de um único idioma ou uma combinação de ambos, o que imitaria uma conversa com idiomas misturados. Durante essa etapa, os envolvidos no estudo foram analisados através de uma magnetoencefalografia (MEG), técnica que mapeia a atividade neural registrando campos magnéticos gerados pelas correntes elétricas produzidas por nosso cérebro.

O resultado final do estudo demonstrou que os bilíngues de coreano/inglês estavam utilizando o mesmo mecanismo de interpretação de uma única língua para absorver o conteúdo de uma conversa com múltiplos idiomas.

Adaptação do cérebro

(Fonte: Pixabay)(Fonte: Pixabay)

Ao receber informações de duas línguas, o cérebro humano  é capaz de combinar diversas palavras para produzir um significado completo. Conforme o estudo sugere, a mudança de idiomas é um processo natural para os bilíngues, pois o cérebro dispõe desse mecanismo combinatório que não consegue enxergar quando a língua utilizada em uma conversa mudou.

“Essa pesquisa mostra que cérebros bilíngues podem, com notável facilidade, interpretar expressões complexas contendo palavras de diferentes idiomas", explicou Phillips. Para a cientista, os dados oferecem uma visão mais ampla a respeito do que se sabia sobre linguística até os dias atuais.

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