Ciência
08/12/2021 às 06:29•2 min de leitura
O caramujo-gigante-africano, listado no top 100 das principais espécies invasoras no mundo, configura como um dos animais que mais preocupam produtores agrícolas, visto seu potencial de crescimento nas regiões e de causar doenças em plantas e humanos. Distribuído praticamente por todos os cantos do planeta, o molusco colossal chegou a ser até mesmo alvo de quarentena nos Estados Unidos, exigindo a tomada de medidas de combate para ser erradicado e um esforço que custou mais de US$ 1 milhão em recursos tecnológicos e humanos para eliminar mais de 18 mil espécimes.
Confira algumas curiosidades sobre o caramujo-gigante-africano que pode alcançar tamanhos maiores que a palma da mão de um adulto.
(Fonte: Squeaks and Nibbles/Reprodução)
Antes de se tornar espécie invasora global, o caramujo-gigante-africano rodou o mundo como um animal de estimação. Acredita-se que ele chegou nas Américas em meados de 1966, quando um menino trouxe um espécime de uma viagem ao Havaí e viu sua avó libertá-lo no ecossistema local. Enquanto isso, na Índia, um ferreiro que mantinha um caramujo-gigante em cativeiro supostamente foi o pivô da disseminação do animal no estado de Bilhar na década de 1960.
(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)
Com seu potencial filopatógeno, o que lhe permite absorver substâncias de células de plantas através da liberação de enzimas e toxinas, o caramujo-gigante-africano é responsável por causar verdadeiros estragos em campos de plantio, pois se alimenta de mais de 500 variações de plantas e vegetais, assim como líquens, algas e fungos.
(Fonte: Wikipedia/Reprodução)
Para reforçar suas conchas que têm até 12 centímetros de diâmetro, os caramujos invasores se alimentam não apenas de plantas, mas também de produtos industrializados e inúmeras outras coisas que possam fornecer energia. Assim, é comum encontrá-los devorando ossos, cascas de ovos, de ostras e de outros caracóis, além de tinta de casas, argamassa e concreto.
(Fonte: Wikiwand/Reprodução)
Como se não bastasse o potencial devastador dos moluscos gigantes, eles conseguem transportar o verme pulmonar do rato (Angiostrongylus cantonensis), parasitas secretados pelas fezes do hospedeiro e devorados por caramujos necrófagos. Em 2015 foi descoberto que cerca de 35% dos caramujos-gigantes-africanos abrigavam os vermes, sendo capazes até de espalhar doenças, como meningite eosinofílica, em humanos que se alimentem deles.
(Fonte: Pinterest/Reprodução)
Com órgãos masculinos e femininos simultaneamente, os caramujos-gigantes são um belo exemplo de reprodutores prolíficos que conseguem, em um período de um ano, gerar 1,2 mil ovos por indivíduo.
(Fonte: Imgur/Reprodução)
Devido à extrema resistência de sua concha, que detém o maior teor de metais pesados de todas as espécies de caramujos, o molusco gigante consegue furar pneus com seus estilhaços caso seja atropelado e tenha a casca destruída. Essas partes se destacam por serem mais afiadas que vidro e podem prejudicar aos motoristas desavisados.
(Fonte: The Spruce Pets/Reprodução)
Após serem completamente erradicados da Flórida em 1975, segundo o Departamento de Agricultura e Serviços ao Consumidor local, os caramujos retornaram em peso em 2011 quando foram transportados em um carregamento ilegal para fins religiosos. Em pouco mais de 5 anos, a Flórida gastou cerca de US$ 24 milhões (aproximadamente R$ 135 milhões, em conversão direta) para conter a invasão, até que declarou a erradicação completa dos animais em 2021, quando por quatro anos não houve novos relatos de incidências.