Artes/cultura
26/12/2021 às 11:00•2 min de leitura
Em maio de 1999, o mundo ficou chocado diante das telas do cinema. O filme Matrix, dirigido pelas irmãs Wachowski e protagonizado por Keanu Reeves, ilustrou o conceito de “metaverso”.
Contudo, a palavra “matrix” apareceu pela primeira vez no livro Snow Crash, uma ficção científica escrita por Neal Stephenson. Tanto no livro como no filme, os protagonistas existem em duas realidades paralelas. Uma é real, como a que vivemos. A outra só existe virtualmente.
O grau de complexidade dessa realidade virtual é tão grande que os personagens nem sempre conseguem distingui-la do mundo real (alerta de spoiler para um filme com mais de 20 anos) e, no caso de Matrix, viver no metaverso pode ser muito melhor do que na realidade.
O conceito de metaverso é bem abstrato. Portanto, para entendê-lo, precisamos usar a imaginação e, quem sabe, filosofar um pouquinho. Em primeiro lugar, temos que entender que percebemos o mundo graças aos nossos sentidos.
Portanto, nos transportar para o metaverso não é tão difícil: basta enganar os nossos sentidos. Isso já é possível usando óculos de realidade virtual, por exemplo. Entendeu esse ponto? Ok, agora podemos seguir em frente.
A grande diferença do metaverso para outras tecnologias, como a de realidade aumentada, é a sua complexidade. Estamos falando de um ambiente digital que conecta pessoas diferentes, que passam a viver uma experiência simultânea. Esse conceito é comum em jogos online, mas aqui o objetivo não será jogar, mas ter uma vida completa.
Os filtros do Snap são um exemplo de realidade aumentada. (Fonte: Snapchat)
No metaverso você vai poder trabalhar, passear, encontrar conhecidos, fazer compras e outras atividades que nem imaginamos ainda. Você poderá ter uma vida completa sem sair da sua casa.
Talvez você esteja se perguntando o motivo desse assunto estar em alta. Bem, a pandemia obrigou bilhões de pessoas a ficarem em casa e isso levantou algumas hipóteses. Uma delas é: será que poderíamos ter continuado nossas atividades no metaverso? Para muitos bilionários da tecnologia, a resposta parece ser “sim”.
O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, realizou um evento neste ano para anunciar o nome de sua empresa. Ela deixou de se chamar Facebook, nome da rede social mais famosa de Mark, para se chamar Meta. Nesse evento, o empresário falou com entusiasmo sobre o metaverso e anunciou que investirá US$ 50 milhões nessa ideia.
Fundador do Facebook investirá mais de US$ 50 milhões no metaverso. (Fonte: Facebook)
Já o fundador da Microsoft, Bill Gates, acredita que em cerca de 3 anos realizaremos reuniões de trabalho no metaverso. O prazo não parece tão curto quando nos lembramos que empresas de games, como a Epic Games, já levaram artistas para seu mundo virtual, como o rapper Travis Scott. Ele teve uma “plateia” com mais de 14 milhões de pessoas — todas elas com seus avatares personalizados.
É importante frisar que ainda não temos uma experiência completa de metaverso. O que temos são diversas tecnologias que tornam a internet mais interativa, personalizável e próxima da realidade que conhecemos.
A palavra metaverso vem do grego. Meta significa “além” e verso vem de “universo”. Sendo assim, o metaverso seria um universo além daquele que conhecemos.
Ainda é cedo para dizer se ele será divertido como um jogo online ou apocalíptico como o filme Matrix. O que sabemos até agora é que as empresas de tecnologia estão empolgadas com as possibilidades de lucro. A Grayscale Investments, por exemplo, acredita que esse mercado vai movimentar US$ 1 trilhão por ano.