Artes/cultura
13/01/2022 às 07:00•3 min de leitura
Pode parecer espantoso, mas muitos materiais que utilizamos em nosso dia a dia foram desenvolvidos por ou para militares, especialmente em períodos de guerra. Outros tantos produtos presentes em nosso cotidiano empregam alguma tecnologia bélica.
Da faca ao chocolate, a presença de tecnologia desenvolvida por militares foi e é importante em nossas vidas. Por isso, reunimos seis produtos inusitados que tiveram origem no universo militar.
No fim da Segunda Guerra Mundial, o engenheiro Percy Spencer inspecionava componentes usados em radares carregando uma barra de chocolate em seu bolso. Quando percebeu que a barra havia derretido, deduziu que isso teria ocorrido causado pelo calor gerado pelos magnetrons usados nos radares.
Foi aí que Spencer criou um aparelho para aquecer alimentos usando esse princípio. A empresa militar em que trabalhava, a Raytheon, adorou a ideia e lançou o 1° micro-ondas, um "monstrengo" de 340 quilos que custava entre 2 mil e 3 mil dólares. Por esse preço, talvez houvesse quem achasse melhor comer comida fria.
(Fonte: FanFoto)
Aperfeiçoada principalmente na década de 1970, durante a Guerra Fria, a tecnologia da câmera digital tem origem nos primeiros satélites espiões, usados para capturar imagens de instalações militares de inimigos.
Levaria alguns anos para evoluir para as lentes DSLRs das câmeras contemporâneas, mas foi o ponto de partida para a fotografia digital. Na próxima vez que pegar seu smartphone para tirar uma foto, sinta-se um pouco como o James Bond.
(Fonte: Revista Galileu)
Suas panelas para cozinhar que não grudam nada possivelmente têm teflon. Essa tecnologia, antes de facilitar nossa vida na cozinha, foi inventada para os militares americanos revestirem tubos e vedações na produção de material radioativo para a primeira bomba atômica.
Criada pelo químico Roy Plunkett, em 1938, enquanto experimentava gases para refrigeração, foi batizada apenas em 1945. Contudo, foi somente após o fim da Segunda Guerra que desenvolveram outras aplicações para o teflon. Entre elas, a possibilidade de incluir a tecnologia em panelas, aprimorando o ato de cozinhar alimentos sem grudar no fundo dos utensílios domésticos.
(Fonte: Casa Bela Café)
No contexto da Guerra Franco-Prussiana, o imperador francês Napoleão III, sobrinho de Napoleão Bonaparte, estava em busca de uma alternativa que fosse mais acessível financeiramente para a manteiga, à época um produto caro e escasso.
Foi então que o químico Mège-Mouriès desenvolveu a margarina, em 1869, recebendo do imperador um prêmio. Existem historiadores que questionam se Napoleão III teria solicitado a criação da margarina para ajudar na alimentação dos franceses pobres ou para abastecer as tropas do país às vésperas de uma guerra.
(Fonte: Sabor À Vida)
A evolução da tecnologia para embalagens passa, diretamente, pela criação da comida enlatada, que tornou a conservação de alimentos mais resistente, prática e segura.
Ela tem origem no século XIX, por solicitação do governo francês, que visava encontrar uma forma econômica de preservar grandes quantidades de alimentos, com objetivo de fornecê-los para suas tropas. Um investidor descobriu que alimentos cozidos não estragavam se estivessem selados, criando assim o princípio da comida enlatada.
Durante a Primeira Guerra Mundial, apesar de elevar um pouco o peso que os soldados carregavam, tornaram-se fundamentais na sua sobrevivência. Dali para as prateleiras dos supermercados foi "um pulo".
(Fonte: SAPO)
A internet, como a conhecemos, parte de tecnologias que engatinhavam já na década de 1950, quando se planejava o conceito de uma rede ampla capaz de conectar computadores de diferentes laboratórios de pesquisa científica.
Foi na década de 1960, já durante a Guerra Fria, que uma agência do Departamento de Defesa dos Estados Unidos recebeu uma proposta do cientista da computação J.C.R. Licklider sobre uma rede global de compartilhamento de dados. Foi o início da ARPAnet, que desenvolveu a tecnologia de rede que foi a base para a World Wide Web que conhecemos e amamos — e onde você nos lê.