Artes/cultura
18/02/2022 às 13:00•2 min de leitura
A hibernação é um mecanismo bastante comum na natureza entre algumas espécies para se proteger durante o inverno. O conceito parece bastante simples: comer horrores previamente e depois entrar em um sono profundo até acordar com o sol raiando no topo do céu, certo?
Porém, não é exatamente assim que as coisas funcionam. A verdade é que hibernar é um reflexo muito mais complexo do organismo dessas criaturas e cada uma delas lida com essa fase de jeitos diferentes. Pensando nisso, nós montamos um artigo para você entender mais sobre esse tema e saber como tudo funciona. Preste bem atenção!
(Fonte: Pixabay)
Embora você tenha aprendido isso em algum momento da sua vida, hibernar não significa muito bem "dormir" durante as fases mais frias do ano. Na verdade, a hibernação é uma forma estendida de torpor, um estado em que o metabolismo é reduzido a menos de 5% do normal.
Sendo assim, a maioria das funções fisiológicas são extremamente retardadas ou completamente interrompidas nessa fase. Um exemplo de animal que faz isso muito bem são os lêmures-anões — os únicos primatas que hibernam de maneira regular. Nessa época, esses lêmures reduzem seus batimentos cardíacos de 300 batimentos por minuto (bpm) para somente seis.
Isso também significa que eles conseguem sobreviver por até 10 minutos sem dar uma única puxada de ar sequer em seus pulmões. A fase de hibernação significa que as atividades do cérebro tornam-se não identificáveis, o que é bem diferente do que ocorre quando estamos dormindo.
(Fonte: Wikimedia Commons)
De maneira bem resumida, hibernar é simplesmente um método de conservação de energia. Apesar desse ser visto como um comportamento sazonal, existem criaturas que hibernam fora do inverno. Por exemplo, alguns animais tropicais fazem isso para manter o corpo refrescado sobre intensas ondas de calor.
E temperatura está longe de ser o único motivo. Em alguns lugares do mundo, existem épocas do ano onde as fontes de comida se tornam escassas para certas criaturas e permanecer inerte até que uma nova safra nasça é a única forma que esses animais têm de sobreviver.
Por fim, existe um terceiro motivo: proteção pessoal. Durante a hibernação, um animal se torna basicamente indetectável e, portanto, vira um alvo muito mais difícil para seus predadores. Assim, é possível que eles diminuam em até cinco vezes o risco de serem mortos nas fases do ano em que estão mais expostos.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Em média, um animal em estado de hibernação resfria seu corpo entre 5 ºC e 10 ºC. O esquilo-do-ártico, por exemplo, mantém sua temperatura corporal em temperaturas de congelamento. Tudo isso é controlado pelas doses de adenosina produzidas no cérebro.
Porém, esses animais não permanecem assim o tempo todo. Cerca de 80% da energia acumulada durante a hibernação é gasta para que essas criaturas acordem em intervalos para aquecer o corpo por alguns instantes ou aumentar o sistema imunológico e depois voltar ao estado de torpor.
Infelizmente, por conta das mudanças climáticas, muitas espécies têm sofrido de períodos de hibernação desregulados, o que faz com que eles gastem mais energia do que estão tentando conservar e percam esse período de "proteção". O animal com o maior tempo de hibernação conhecido na face da Terra é o Eptesicus fuscus, um morcego marrom que pode ficar nesse estado por 344 dias.