Luneta e telescópio: qual a diferença entre os dois?

01/04/2022 às 08:002 min de leitura

Em filmes que simulam os tempos antigos da navegação, é comum vermos um tripulante com uma luneta gritando “terra à vista” antes mesmo que os seus companheiros se dessem conta de estarem chegando em algum lugar. É que esse instrumento, criado no início do século XVII, serve para observar objetos terrestres longínquos.

Reprodução/ShutterReprodução/Shutter

Claro, esta ferramenta dos filmes não é a única do tipo e, assim como as outras, também tem suas limitações. Talvez a maior delas seja que uma luneta terrestre — como o nome já sugere — serve para enxergar aquilo que está na superfície da Terra. Isso significa que, se você quiser ver corpos celestes, precisará de uma luneta astronômica, também chamada de telescópio refrator, ou ainda de um telescópio refletor (ou newtoniano) – os dois tipos não são a mesma coisa e têm objetivos diferentes.

Por causa dos nomes muito parecidos, é de se imaginar que haja confusão para quem é leigo no assunto.

O que é uma luneta?

A luneta astronômica, também chamada de telescópio refrator, é um instrumento de observação que tem duas lentes em um mesmo eixo, sendo uma objetiva e outra ocular. Enquanto a primeira capta a luz, a segunda atua como uma lupa que aumenta e inverte a imagem.

A questão é que, na captação, a primeira lente decompõe a luz. Como cada cor sofre um desvio diferente, há uma aberração cromática. Isso significa que pode haver algumas manchas coloridas ao redor do astro observado.

Para corrigir esse problema, existem duas soluções:

  • Aumentar a distância focal. Isso acaba sendo um tiro saindo pela culatra, uma vez que a luneta também fica muito grande e as imagens, mais distorcidas;
  • Trocar a primeira lente por uma objetiva acromática, apocromática ou semi-apocromática. Com isso, as cores sofreriam um desvio menor, diminuindo ou extinguindo a aberração cromática.

Reprodução/ShutterReprodução/Shutter

O que é um telescópio?

Para resolver o problema da aberração cromática, depois de anos da criação da luneta, Isaac Newton inventou os telescópios newtonianos (ou refletores), que também tinham a vantagem de serem bem menores.

O físico sugeriu trocar a lente objetiva por um espelho côncavo (chamado de espelho primário ou principal). Após a luz entrar e refletir no espelho primário, ela é refletida para um menor, o secundário, que está inclinado cerca de 45° em relação ao eixo. Com isso, não há decomposição e nem manchas coloridas durante a observação.

Na mesma época em que Isaac Newton apresentou ao mundo a sua nova ferramenta, Laurent Cassegrain estreava o cassegrain, que funcionava com espelhos refletores, de forma similar ao do inglês. As grandes diferenças são que o invento francês pode ser menor pelo tipo de espelho secundário. Este, aliás, está no mesmo eixo do principal, que é furado no centro.

Reprodução/ShutterReprodução/Shutter

O que é melhor: luneta ou telescópio?

A resposta é: depende. Veja abaixo as vantagens e desvantagens de cada um.

Luneta astronômica ou telescópios refratores

Vantagens:

  • Estabilidade na imagem e distância focal;
  • Diminuição dos efeitos de deformação;
  • Baixa manutenção.

Desvantagens:

  • Aberração cromática;
  • Pode ser muito grande;
  • Alto custo;
  • Construção difícil por necessitar de vidros de excelente qualidade.

Reprodução/ShutterReprodução/Shutter

Telescópios refletores

Vantagens:

  • Baixo custo;
  • Tamanho pequeno

Desvantagens:

  • Possíveis problemas com umidade (sereno), distorções térmicas e entrada de ar no instrumento;
  • Tipo de lente requerida;
  • Necessidade de “repratear” o espelho de tempos em tempos;
  • Campo visual pode não ser suficientemente grande;
  • O espelho secundário pode obstruir a imagem.

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