Estilo de vida
28/05/2022 às 09:00•2 min de leitura
Você já ouviu falar sobre o “efeito Mozart”? A base dessa ideia é de que bebês expostos à música clássica desde o útero de suas mães experimentam um relativo aumento no QI, além de melhorias em outros componentes do processo de desenvolvimento cognitivo.
A ideia de usar algo tão simples para aumentar a inteligência é interessante. Mas qual é a verdade nisso?
(Fonte: Shutterstock)
Não existe nenhuma evidência sólida de que a música clássica possa influenciar significativamente a inteligência das crianças. Por outro lado, há estudos que demonstram que esse tipo de música consegue aliviar o estresse, assim como reduzir o ritmo cardíaco.
Também existem estudos sugerindo que a música clássica pode ajudar no desenvolvimento do cérebro, especialmente os de bebês prematuros. Mas sobre aumentar a inteligência, ainda é tudo bastante questionável.
Essa história começou em 1993 com o psicólogo Francis Rauscher. Ele descobriu que estudantes universitários se saiam melhor em alguns testes após ouvirem uma sonata de Mozart. Então, a mídia, interpretando mal as coisas, começou a espalhar que o estudo de Francis Rauscher apontava que a música clássica deixava as crianças mais inteligentes, de modo geral.
Anos mais tarde, em 1999, o psicólogo Christopher Chabiris, da Union College em Schenectady (Nova York), deu início a uma meta-análise abrangendo 16 estudos baseados no efeito Mozart com o intuito de verificar sua eficácia geral.
(Fonte: Shutterstock/ Reprodução)
Para os defensores da ideia, a pesquisa de Chabris foi bastante desanimadora. Primeiro, porque foi possível observar uma melhoria de apenas um ponto e meio no QI. Segundo, porque tal melhoria não vai além de uma tarefa simples e básica, como dobrar papel.
Para Chabris, existe outro ponto que deve ser considerado: a melhoria no raciocínio pode ser apenas o resultado de um processo natural do cérebro entre uma sessão de testes e outra; e não algo especificamente relacionado ao estilo musical.
Por enquanto, ao menos uma coisa parece estar clara: assim como os adultos, crianças também gostam de música. E se a música clássica faz o bebê experimentar sensações de excitação, tranquilidade ou alegria, nada impede que ela seja usada!