Artes/cultura
31/05/2022 às 10:00•3 min de leitura
A franquia Jurassic Park é uma das mais bem-sucedidas da história do cinema. O primeiro título foi lançado no ano de 1993, sendo responsável por trazer às telas de cinemas de todo o mundo alguns dos animais que mais visitam o imaginário coletivo humano desde sempre.
Às portas do lançamento de mais um longa-metragem da série de filmes criada a partir da obra de Michael Crichton, revisitamos alguns fatos imprecisos tratados nos títulos da franquia. Tenha em mente que a própria comunidade científica foi responsável por questionar esses dados. Confira.
O primeiro filme da franquia, Jurassic Park, tornou-se um clássico instantâneo do gênero - e um dos filmes mais marcantes dos anos 1990. Algumas cenas com o t-rex entraram para a história do cinema, mas precisamos deixar você, leitor, um pouco triste.
É que a cena em que o monstrengo parte em disparada contra o jipe com o Dr. Sattler, Ian Malcolm e Robert Muldoon, uma das mais emocionantes, mostra algo totalmente impossível. Um dinossauro da espécie não conseguia correr mais 24 km/h, tornando improvável que fosse capaz de manter a perseguição em alta velocidade como no longa-metragem.
Agora, em contrapartida, o mesmo t-rex possuía uma excelente visão. Há uma outra cena clássica de ação no primeiro Jurassic Park em que o Dr. Alan Grant retorna ao veículo em que estão duas crianças. Após retirá-las do carro, ele diz-lhes para ficarem em silêncio, de modo a conseguirem "enganar" o dinossauro, que não enxergaria tão bem.
Acontece que essa espécie em particular detinha uma visão impecável, semelhante a de uma ave de rapina, segundo afirmam paleontólogos. Desta maneira, por mais silêncio que os personagens decidissem fazer, provavelmente o nobre predador acabaria os atacando.
(Fonte: Unsplash)
Tanto o livro quanto a franquia de filmes parte do princípio que uma equipe de cientistas encontra material genético de dinossauros conservado em âmbares. Para uma peça de entretenimento, é até aceitável. Contudo, não condiz com a verdade.
Isto porque, segundo paleontólogos, o material genético que estivesse presente em um âmbar, milhões de anos depois, não teria força suficiente para manter sua estrutura e, desta maneira, poder ser clonado. Em suma, fiquem tranquilos, nenhum t-rex vai tentar comê-los.
Há no longa-metragem de 1993 uma cena engraçada em que os personagens encontram uma pilha, uma montanha, um amontoado de fezes. Algumas piadas são feitas e a cena segue, com aquilo sendo um sinal de que grandes animais estariam por ali.
Porém, o que a comunidade científica faz questão de salientar, é que nenhum dinossauro seria capaz de defecar tamanha quantidade. O maior "cocozão" fossilizado já encontrado tinha um metro de comprimento, e as pesquisas demonstram que seriam incapazes de fazer fezes maiores do que 15 litros. Ou seja, o filme errou feio.
Introduzidos no em Jurassic Park III, mas de presença marcante em Jurassic World, os pteranodontes foram retratados de maneira muito equivocada no filme. As cenas em que alguns integrantes da espécie carregam seres humanos os segurando com as garras das patas não seria possível no mundo real — e não apenas por estarem extintos.
É que, diferentemente de águias e falcões, os pteranodontes não tinham força suficiente nas pernas para agarrar presas da envergadura de um humano. Cientistas afirmam que essa espécie de pterossauro — não, eles não eram dinossauros — costumava fazer suas refeições de maneira semelhante aos pelicanos.
Em Jurassic Park III, uma famosa cena coloca lado a lado um espinossauro e um t-rex, que batalham arduamente um contra o outro. Só a existência dessa cena já contraria a história, pois as duas espécies existiram separadas por 35 milhões de anos. Contudo, deixemos esse dado de lado e vamos a outro aspecto.
Diferente do que vemos na tela, o espinossauro não foi um dinossauro predador violento, como sua participação na franquia dá a entender. Na realidade, a dieta dos animais da espécie costumava estar concentrada no consumo de peixes. Talvez, um dino desse tipo brigaria por um bolinho de bacalhau, não por humanos.