Artes/cultura
13/06/2022 às 13:00•2 min de leitura
Já ouviu falar em um rotífero bdeloide? Esse nome curioso é como é chamado o minúsculo e multicelular animal que foi revivido por cientistas após passar 24 mil anos congelado no gelo eterno da Sibéria, o permafrost.
E se você acredita que isso já suficientemente surpreendente, ainda tem mais: embora tenham passado milhares de anos em um congelamento de 10 graus celsius negativos, o rotífero bdeloide ainda conseguiu se reproduzir! O estudo descrevendo essa novidade foi publicado na revista especializada Current Biology.
Além de reviver o microscópico animal, os pesquisadores descobriram que os rotíferos bdeloides são capazes de suportar o processo de formação dos cristais de gelo que ocorrem durante um congelamento lento.
(Fonte: Wikipedia/ Reprodução)
Os cientistas acreditam que esses animais desenvolveram alguma espécie de recurso que os ajudam a proteger todas as áreas de seus corpos de temperaturas muito baixas. Vale lembrar que já descobrimos criaturas de todos os tipos congeladas há milhares de anos.
Por exemplo, em 2018, foram descobertos os nematoides, uma espécie de verme congelado nas profundezas do gelo siberiano há cerca de 30 mil anos. Também já encontramos animais gigantes, como mamutes.
No entanto, o rotífero chamou a atenção dos cientistas por ajudar a comprovar que animais multicelulares são capazes de sobreviver a um período tão longo com o metabolismo completamente interrompido.
Em entrevista para o site de notícias científicas, Live Science, Stas Malavin, pesquisador do Laboratório de Criologia do Solo da Rússia no Instituto de Físico-Química e Biológica, explicou que, para trazer o pequeno animal de volta à vida, ele e seus colegas colocaram uma amostra do permafrost em uma placa de Petri preparada para que os organismos saíssem de seu estado de dormência e começassem a se mover.
Como apontamos, isso não somente aconteceu como o rotífero começou a se multiplicar.
(Fonte: Wikipedia/ Reprodução)
Embora muitas pessoas tenham receio sobre descobertas de microrganismo congelados, a ciência se beneficia muito com o estudo deles.
Ao analisar como eles desenvolveram essa capacidade única de colocar todo o corpo em suspensão por milhares de anos, os cientistas buscam entender como isso aconteceria e de que maneira seria possível pausar as funções corporais de organismos mais complexos, como os humanos, e depois revivê-los.