Artes/cultura
26/08/2022 às 11:03•2 min de leitura
O dugongo, mamífero marinho que costuma ser associado às sereias, foi declarado oficialmente extinto após a conclusão de uma pesquisa feita pela Sociedade Zoológica de Londres (ZSL), no Reino Unido, e pela Academia Chinesa de Ciências.
Isso significa não haver mais animais suficientes para que haja a reprodução e a consequente manutenção desta espécie. Conforme foi verificado pela pesquisa, a última vez que um cientista avistou um dugongo na China, seu habitat natural, foi no ano de 2000.
Chamado também de "o gigante mais gentil do oceano", o dugongo é um animal muito dócil, o que fez com que ficasse especialmente vulnerável aos caçadores. A proibição da pesca deste bicho ocorreu só a partir de 1988, mas isso não foi suficiente para que o dugongo pudesse sobreviver.
A triste notícia é que a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) mudou agora o status do dugongo de "vulnerável" para “criticamente ameaçado” de extinção, o que significa que não há mais condições para que a espécie sobreviva.
(Fonte: Conexão Planeta)
O dugongo é um membro da ordem Sirenia, formada por mamíferos herbívoros marítimos que possuem uma cauda em forma de nadadeira, assim como o peixe-boi. Dentre esses animais dessa ordem, ele é o que tem menor tamanho. Seu habitat natural são os oceanos Índico e Pacífico,
Trata-se de um grande animal marítimo (pode chegar a 3 metros de comprimento e 500 quilos) que se alimenta basicamente de algas marinhas. Ao longo dos séculos, ele foi impactado pelas mudanças ambientais e, especialmente, pela poluição industrial, que impactou a produção da fotossíntese pelas algas no seu habitat e diminuiu a oferta de seu alimento.
Por serem extremamente calmos e dóceis, também ficaram conhecidos como "vacas" marinhas, já que arrancam as ervas marinhas do fundo do mar. Segundo os biólogos que estudam a espécie, os dugongos atingiram o pico da sua população por volta de 1960, mas começaram a diminuir a partir de 1975. Desde 2000, nenhum dugongo foi mais avistado na natureza.
(Fonte: Alphacoders)
Os dugongos, durante as Grandes Navegações, eram "confundidos" com as sereias, seres mitológicos com corpo humano e cauda de peixe. Isso se dava porque, de longe, os dugongos até podem se passar por pessoas.
O nome dado a eles também ocorre por conta dessa suposta relação: "dugongo" vem do malaio duyung, que significa "sereia" ou "donzela do mar".
Consta que, em 1493, Cristóvão Colombo escreveu no seu diário: “no dia anterior, quando o almirante foi ao Rio do Ouro, no Haiti, ele diz ter visto três sereias (…) mas elas não são tão bonitas. Seus rostos têm traços masculinos.” Essas "sereias" provavelmente eram dugongos ou peixes-boi.
De acordo com o Instituto de Oceanologia do Mar da China Meridional, a associação com as sereias também se deu pela forma com que as fêmeas amamentam seus filhotes. Vistos de longe, elas lembram mulheres com cauda de peixe segurando os seus bebês.